O filme “O Ataque do Tigre”, do cineasta russo Sacha Snow, venceu, no último sábado, o 12º Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela, promovido pela Câmara de Seia. O júri do Cine’Eco atribuiu ao realizador russo a Campânula de Ouro – Prémio Câmara Municipal de Seia, principal galardão do festival, no valor de 3.750 euros.
Em segundo lugar ficou o filme de Jorge Pelicano “Ainda há Pastores?”, tendo arrebatado o Prémio Lusofonia (2.500 euros) e uma menção honrosa atribuída pelo júri da Juventude. O Prémio Educação Ambiental coube a Sam Cole, pelo filme “Ouro Branco – A Verdade do Preço do Algodão”. Os outros trabalhos distinguidos foram “Águas Agitadas”, de Bernardo Ferrão (Prémio Água); “Uma Alquimia em Verde”, de Dave Dawson (Prémio Vida Natural); “Atingido”, de Michael Trabitzsch (Prémio Polis); “Muitchaareia”, de Uliana Duart (Prémio Vídeo Não Profissional); “O Cavalo Operário”, de Alain Mari (Prémio Antropologia Ambiental); e “Giovanni e o Mito Impossível das Artes Visuais”, de Rogério Dimagio (Prémio Camacho Costa). No total, a organização distribuiu cerca de 16 mil euros pelos vencedores. O Cine’Eco – recém-galardoado com o Prémio Nacional do Ambiente “Fernando Pereira”, atribuído pela Confederação Portuguesa das Associações de Defesa do Ambiente – teve 50 obras a concurso e mais de uma centena de filmes em exibição, até o passado domingo, integrados em vários ciclos. Esta edição de um certame único em Portugal foi dominada pela participação de documentários brasileiros e de um «número significativo» de produções nacionais, que concorreram com películas da Rússia, Estados Unidos, Quénia, Áustria, Chile, França ou Suíça, entre outros países de origem.
O júri internacional foi presidido pelo professor universitário Fernando Catarino e composto por Medeiros Ferreira (político) Panayiotis Sarantopoulo (professor universitário), Lisa França (representante do FICA – Brasil), Maria Emília Brederode (pedagoga), Paula Guedes (actriz), Florbela Oliveira (actriz e encenadora) e a mediática Lili Caneças, entre outros. Na cerimónia de atribuição de prémios, no sábado à noite no auditório da Casa Municipal da Cultura de Seia, o presidente da Câmara anunciou que a autarquia deverá duplicar em 2007 o orçamento do festival, que este ano foi de 50 mil euros. Eduardo Brito disse ainda que o Cine’Eco traduz uma aposta da autarquia na educação ambiental e no desenvolvimento cultural do concelho. Já Carlos Teófilo, director-executivo do festival, revelou que os filmes premiados vão ser exibidos em vários pontos do país, mas lamentou «não ter havido mais espectadores. É muito difícil ter um festival do género nesta fase de contenção numa cidade do interior», disse.