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Cinco municípios com 34,2 milhões de euros de danos diretos causados pelos grandes fogos do último verão

Os danos diretos declarados pelos municípios afetados ascendem a 34,2 milhões de euros, sendo que 40,6 por cento foram reportados no âmbito do incêndio do Caramulo, seguindo‐se o fogo de Picões com 29,2 por cento. Os danos relativos aos outros incêndios totalizaram 30,2 por cento do total, repartidos quase equitativamente por Mondim de Basto (11,1 por cento) e Trancoso (10,7), seguidos pelos incêndios da Covilhã (8,3). No que diz respeito aos danos físicos, o incêndio de Picões apresenta a maior área ardida, correspondendo a 46,9 por cento da totalidade dos cinco incêndios (27.918 hectares). A área florestal ardida atingiu 25.994 hectares, dos quais 51,8 por cento de povoamentos florestais. O incêndio de Picões, mais uma vez, consumiu 34,2 por cento da área de povoamentos florestais e 62,4 por cento dos matos afetados pelos cinco incêndios, apresentando uma estimativa de danos relativos à perda do potencial florestal de 5,4 milhões de euros, cerca de um quarto do total de danos registados na perda de potencial florestal.

A serra do Caramulo, com 47,7 por cento da área de povoamentos florestais ardida, apresenta uma estimativa de danos que ascende a 12,3 milhões de euros o que corresponde a mais de metade (56,8 por cento) do total de danos reportados no âmbito da perda do potencial florestal. «De referir ainda que, à exceção de Trancoso e Covilhã, onde os danos agrícolas foram superiores, os danos diretos reportados pelos restantes incêndios dizem maioritariamente respeito à perda de potencial florestal, atingindo um máximo de 88,8 por cento no Caramulo», adianta O INE. Estes incêndios afetaram 982 explorações e uma área agrícola de 1.924 hectares. O total dos danos na agricultura rondou os 7,7 milhões de euros, correspondentes a 22,4 por cento do total de danos reportados. O incêndio de Picões foi o que afetou mais explorações (350, representando 35,2 por cento do total), estimando‐se um impacto direto de cerca de 3,8 milhões de euros, dos quais mais de 66 por cento (correspondentes a 2,5 milhões de euros) imputados ao município do Mogadouro.

Seguiram‐se os danos provocados pelos outros incêndios (Mondim de Basto, Trancoso e Covilhã) que totalizaram 3,4 milhões de euros, «devido em grande parte aos danos inventariados em Trancoso que ascenderam a 1,8 milhões de euros (53,4 por cento dos danos ao potencial agrícola do conjunto destes três incêndios)», esclarece o INE. Em termos do edificado foram afetados 197 edifícios, havendo ainda a reportar cinco pessoas desalojadas. Estima‐se um impacto direto na ordem dos 1,5 milhões de euros (não incluindo frações autónomas não residenciais com função agrícola), correspondente a 4,4 por cento do total de danos reportados pelos incêndios. Trancoso foi o município que registou mais edifícios afetados (73), estimando‐se um total de danos de 1,2 milhões de euros, equivalente a 81,6 por cento dos danos reportados no edificado para a totalidade dos incêndios. Oliveira de Frades, Vouzela e Trancoso foram os únicos municípios a reportarem pessoas desalojadas.

Os dados deste relatório foram obtidos com as respostas dos municípios a quatro questionários sobre a perda do potencial florestal; as consequências no edificado e na população residente; a perda do potencial agrícola e os danos em infraestruturas, equipamentos e património ambiental e cultural.

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