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Cidades da Beira Interior associam-se para se promoverem

Iniciativa “Um Património de Cidades” procura 15 milhões de euros no QREN

Os municípios da Guarda, Covilhã, Fundão e Castelo Branco associaram-se para candidatarem projectos, num valor total de 15 milhões de euros, ao programa de Redes Urbanas para a Competitividade e Inovação.

A futura rede das Cidades da Beira Interior – “Um Património de Cidades” foi protocolada na passada quinta-feira, no Fundão, numa cerimónia onde os intervenientes destacaram o ineditismo desta cooperação. «É um momento histórico, pois é a primeira vez que as principais cidades desta região se unem em torno de um projecto de desenvolvimento», sublinhou Manuel Frexes, autarca anfitrião. Também Joaquim Valente, edil da Guarda, destacou a aproximação: «Estivemos de costas voltadas no passado, mas esta parceria revela que há espaço para a colaboração e união entre os municípios que constituem o eixo estruturante da Beira Interior», declarou. Este programa governamental destina-se «a ultrapassar as fragilidades das cidades através de estratégias de cooperação inter-urbana e da constituição de redes urbanas com dimensão e massa crítica suficientes para desenvolver novas funções e atrair actividades inovadoras».

O município de Castelo Branco é o chefe de fila desta candidatura ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN), mas cada autarquia receberá três milhões de euros para desenvolver projectos próprios nos próximos três anos. Já a Câmara da Guarda lidera o projecto comum de criação de uma plataforma digital turística da rede, tirando partido da capacidade instalada da Associação Distrital para a Sociedade da Informação. As áreas de intervenção escolhidas na Beira Interior têm a ver com a requalificação do património e dos espaços urbanos, a programação de actividades culturais e de eventos, bem como a promoção do turismo, com o objectivo de «trazer mais gente à região», afirmou Joaquim Morão, edil de Castelo Branco. No caso da Guarda, os três milhões de euros serão gastos na construção de um Centro de Interpretação do Mundo Romano (um milhão de euros), aproveitando os vestígios arqueológicos do Mileu e na criação da Casa da Memória, da Identidade e do Património (750 mil euros) na actual Mediateca VIII Centenário.

A autarquia propõe-se ainda requalificar e musealizar o primitivo castelo medieval da Guarda (750 mil euros), situado no Torreão; apoiar a recuperação de fachadas e telhados do centro histórico (400 mil euros) e organizar o “Julgamento e Morte do Galo do Entrudo” (250 mil euros). Na Covilhã, estão previstos um miradouro público no Colégio das Freiras, o Festival da Cherovia, a Rampa Internacional da Serra da Estrela e um Kartódromo Internacional. A Câmara também incluiu o elevador entre o Parque da Goldra e a Rua Marquês D’Ávila e Bolama. O município do Fundão quer concretizar um “Jardim Temático”, a “PICA – Plataforma Interior de Criação Artística”, e o “R.U.A. – Festival das Artes de Rua do Fundão”, além do Centro Interpretativo da Gardunha e do Museu da Linha da Beira Baixa. Em Castelo Branco, pretende-se valorizar a Cidade Quinhentista e dinamizar o Festival Internacional do Acordeão, mas também criar o Museu-Oficina do Bordado de Castelo Branco e promover a “Rua do Empreendedorismo Criativo”.

Luis Martins

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