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Chegou o momento… em que os ratos começam a tentar abandonar o navio

Ao analisarmos 2010 – tivemos o PEC I e logo depois o II, então, descobriu-se que o Governo, ainda assim, conseguiu o inexplicável: aumentou a dívida pública em 2% – mesmo com tudo a dar errado, qual é a resposta de Sócrates? É a seguinte: “Não aceito remodelar o Governo”; “O TGV continua”, etc… ou seja, noutras palavras, Sócrates está a dizer que vai tudo mal, porém nada muda. Ora, se vai tudo mal e nada muda, como é que nós vamos sair da crise? Se nenhuma reforma está a ser feita. Em Espanha, Irlanda e Grécia, há muito que já se iniciou o combate à crise… Em Portugal nada se fez até agora. Sócrates espera o quê? Restam-lhe novas eleições para ser destituído?

Os cenários de mudanças no Governo do PS regressaram em força esta semana. Primeiro com a entrevista do líder do CDS-PP, Paulo Portas, ao “Diário Económico” em que defende um Governo de salvação nacional, sem eleições, com PS, PSD e CDS, retomando a tese do debate do Estado da Nação, em Julho. Depois, o deputado do PSD Pacheco Pereira alimentou a fogueira, defendendo o “afastamento voluntário” de Sócrates como condição sine qua non para a saída do país da actual situação.

No PS, vive-se um ambiente de nervosismo; Sócrates, na entrevista em exclusivo à TVI, afirma não ter sequer equacionado a mudança governamental, mas depois de João Proença, líder da UGT, foi a eurodeputada Ana Gomes a defender uma remodelação governamental, seguiu-se o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado que afirma, numa entrevista exclusiva ao Expresso, que o país precisa já de uma coligação. Do outro lado, a esquerda do PS e figuras do soarismo procuram alternativa a Sócrates para um “Governo patriótico”, prepara-se com toda a certeza um congresso a curto prazo.

Declarações cheias de hipocrisia, pois sabem muito bem que não é possível haver agora eleições e o PSD não quer entrar para o Governo sem que os portugueses votem primeiro.

Ficou a lição da ex-líder do PSD, Manuela Ferreira Leite: “Finjam Srs. Deputados, para que possam acreditar em nós!!!”, mas porque saiu do lado do PSD, não quiseram saber e saltaram logo para posturas contrárias… Nem assim se aprendeu alguma coisa!!!

O mais estranho de tudo isto são os resultados da recente sondagem realizada pela Eurosondagem para a Rádio Renascença, Expresso e SIC, em que o PS voltou a cair nas intenções de voto, com menos 5,3 pontos em relação ao mês passado, ficando-se agora pelos 30%. Não posso acreditar que no universo utilizado para o referido estudo haja ainda 30% de portugueses que acreditam no PS, uma vez que nem o PS acredita neste Governo! Espantam-me todos aqueles que estão felizes pelo estado do país, ou então é cordeirismo e ignorância pura.

O mesmo barómetro volta a colocar o CDS-PP como o terceiro maior partido, com uma subida de 1,3 pontos percentuais para os 9,3% nas intenções de voto. Não pretendo aqui defender “a minha dama”, pois todos sabem e conhecem a minha militância, mas também me espanta a nossa ainda fraca representação. Afinal, todos aqueles que têm apelidado o CDS-PP de ser um partido que ambiciona o poder a todo o custo e preço, parece terem ficado despercebidas as notícias que indicavam a persuasão/convite de Sócrates a Paulo Portas, mediada por Basílio Horta, onde o líder do CDS-PP disse “Não”. Também, por outro lado, este CDS-PP não tem dito “Não” aos compromissos apresentados no programa das últimas eleições legislativas, tendo sido neste cenário o partido político que não tem faltado aos os seus compromissos com todos os portugueses.

Não duvido que para salvar este cenário nacional é preciso todos remarem no mesmo sentido e em força e mesmo assim é difícil, temos que vestir todos a mesma “camisola”. Não pode ser como vai fazendo a actual vereadora da Câmara da Guarda, que, em “pequenos gestos … Grandes passos”, desfilou formalmente pelas ruas da nossa cidade sem a “camisola” – isto não são gestos nem passos de cidadania, são apenas de executivo…não é disso que necessitamos, ou andamos … ou então vemos andar…

Julgo ser necessária calma e contenção, pois o mais importante é executar as medidas necessárias à recuperação da economia e à credibilização da autoridade democrática junto da população e da União Europeia, primeiro porque os mercados não confiam neste governo, que se tem revelado um falhanço após o outro.

Sem dúvida que, em Maio/Junho, teremos novas Legislativas e espero que o próximo Governo tenha maioria absoluta, desde que o Primeiro-Ministro não seja Sócrates.

Por: Cláudia Teixeira

* deputada na Assembleia Municipal da Guarda eleita pelo CDS-PP

Comentários dos nossos leitores
Clara Costa clara.costa1957@gmail.com
Comentário:
Embora me custe imenso(questões de deformação política), é cada vez mais comum concordar com as posições assumidas pelo CDS-PP. Cabe-me reconhecer que há alguém que persiste em ter boas ideias e outros persistem em afundar-nos no charco ou será “pântano”?!
 

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