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«Chegar à Iª Divisão é um sonho concretizado com base no trabalho e na dedicação»

Cara a Cara – Joaquim Serambeque

P – Como é que uma equipa de uma pequena freguesia do interior consegue chegar ao escalão máximo do futebol feminino nacional?

R – Acima de tudo, com muito trabalho e dedicação por parte das jogadoras da Fundação. Sabemos que a interioridade pode representar um obstáculo, mas provámos que tudo é possível se estes valores estiverem presentes.

P – Esta promoção era esperada no início da época, ou foi uma surpresa?

R – O primeiro objetivo que traçámos no início da época era passar a primeira fase. Depois de o conseguirmos, começámos a pensar que era possível chegar mais longe e almejar mesmo a subida de divisão. Com muito esforço e ambição, conseguimos realizar um trajeto de bom nível e atingimos a meta. Agradeço a todos os que ajudaram a alcançar este sonho, pois isto não resulta apenas do trabalho de um, mas de todos.

P – Agora que a Fundação Dona Laura dos Santos chegou à Iª Divisão, quais são as expectativas e os objetivos para a próxima época?

R – Esperamos fazer um bom campeonato e assegurar a manutenção, que é o nosso objetivo principal. Além disso, esperamos também conseguir a valorização das atletas e da instituição. Sabemos que não vai ser fácil, visto que a Iª Divisão é mais exigente, mas penso que a Fundação tem jogadoras com valor para jogar a este nível.

P – E o que muda com esta subida?

R – Tudo. Estamos a falar do escalão principal do futebol feminino nacional, que reúne as melhores equipas e as melhores jogadoras do país e que representa por isso um grau de exigência maior. Assim, terá de haver uma mudança na forma de pensar e as horas de trabalho terão forçosamente de aumentar, tal como o esforço e a dedicação das atletas.

P – Quais são os planos para a próxima época em termos de reforços?

R – O primeiro passa por manter o plantel atual, que, como referi, tem jogadoras com qualidade para disputar a Iª Divisão. Ainda assim, reconheço que teremos de nos reforçar nalguns setores-chave para conseguirmos um plantel com maior qualidade e profundidade que nos permita ser competitivos durante a próxima época.

P – Como vê o futebol feminino distrital? Tem hipóteses de singrar no escalão mais competitivo?

R – No distrito da Guarda existem boas jogadoras. Penso que no interior não há tanta visibilidade como noutros pontos do país e nesse contexto a subida da Fundação à Iª Divisão poderá alterar um pouco as coisas. Atualmente, com as atletas que conseguimos colocar nas seleções nacionais A e sub-19, já conseguimos algum reconhecimento por parte da Federação Portuguesa de Futebol. A nível da seleção distrital, quando se desloca ao Torneio da Páscoa, em Lisboa, consegue geralmente resultados muito satisfatórios, o que revela a capacidade das atletas da região. Penso, por isso, que o futebol feminino no distrito da Guarda tem um futuro promissor. É preciso trabalho, dedicação e gosto pela atividade.

Joaquim Serambeque

«Chegar à Iª Divisão é um sonho concretizado
        com base no trabalho e na dedicação»

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