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CHCB com prejuízo de sete milhões de euros

Unidade que agrega os hospitais da Covilhã e Fundão está entre os 20 hospitais empresa com balanço negativo em 2004

O Centro Hospitalar da Cova da Beira (CHCB), que agrega os hospitais da Covilhã e do Fundão, deverá registar em 2004 um défice na ordem dos sete milhões de euros, sendo um dos 20 hospitais empresa que não apresentará resultados positivos. Dos 31 hospitais SA criados pelo anterior Ministério da Saúde, tutelado por Luís Filipe Pereira, apenas onze terão lucros.

Pelo segundo ano consecutivo, o CHCB apresentará um balanço negativo, «mas apenas do ponto de vista económico-financeiro», salienta Miguel Castelo Branco, presidente do Conselho de Administração da unidade, ressalvando que, em termos produtivos, o balanço é «positivo», tendo em conta que a unidade conseguiu, em relação a 2003, aumentar as consultas externas e o número de cirurgias. Por outro lado, reduziu os internamentos e a afluência às urgências. Mas apesar das dinâmicas efectuadas, os lucros não se fizeram sentir no final das contas relativas a 2004, pois o «primeiro objectivo traçado pelo hospital era conseguir responder às necessidades dos utentes», salienta Miguel Castelo Branco, nomeadamente na prestação de um melhor serviço de saúde. Prioridade que “obrigou” a aderir a «áreas mais complexas», como a oncologia e a hematologia, exigindo assim o investimento em meios e recursos mais caros. «Também nas restantes áreas, o CHCB passou a desenvolver serviços mais complexos, o que só aumentou os custos para o hospital», acrescentou Miguel Castelo Branco, que associa ainda o «número reduzido» de médicos da unidade para o elevado volume de actividade como causa para o défice.

Para além disso, trata-se de um hospital universitário, pelo que os médicos existentes têm ainda que se ocupar com o ensino em detrimento de maior produtividade. «O atraso no pagamento da restituição do investimento feito em algumas áreas, como a fisioterapia, vieram aumentar também os custos do hospital», indica o presidente do CA do CHCB, tendo em conta que essa verba apenas começou este ano a ser paga pelo Estado. Miguel Castelo Branco está, no entanto, esperançado em reduzir o défice em 2005 com a continuação de medidas implementadas no ano passado e a introdução de outras que visam «racionalizar os custos e aumentar a produtividade». «É o caso da política da gestão do medicamento, que irá permitir uma maior eficiência», exemplifica. A informatização do serviço de urgência nas duas unidades hospitalares, através do sistema digital ALERT, a continuação do Processo de Revisão de Utilização com a Universidade da Beira Interior, para analisar a qualidade do registo clínico e do serviço prestado pelo hospital, e a melhoria da qualidade de informação entre o CHCB e os centros de saúde são outras medidas a desenvolver ao longo deste ano.

Liliana Correia

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