A bonita cidade histórica de Chaves, sede de concelho, situa-se num vale fértil, junto ao Rio Tâmega e bem próxima da fronteira com Espanha.
Desde tempos remotos que Chaves foi local de eleição de diferentes povos, encontrando-se vestígios de ocupação humana em tempos Paleolíticos, e posteriormente tendo sido povoada por Suevos, Visigodos, Mouros e, claro, Romanos. Na época da ocupação romana, Chaves era conhecida por “Aquae Flaviae”, nome que lhe foi dado pelo Imperador Flávio Vespasiano, que reconheceu a qualidade das nascentes termais aqui situadas. É uma das mais importantes estâncias termais portuguesas, sendo as suas águas as mais quentes da Europa. A excecional qualidade das suas nascentes, que integram o eixo termal do Alto Tâmega, explica que Aquae Flavie tenha sido uma das mais florescentes cidades ibéricas no período romano. As propriedades curativas destas águas, que nascem com uma temperatura de cerca de 73 ºC, continuam a ser apreciadas sendo o Parque Termal muito procurado.
Devido à sua localização geográfica, Chaves teve sempre grande importância do ponto de vista estratégico-militar, tendo resistido heroicamente à anexação a Castela no séc. XVI. Mais tarde, no séc. XIX, foi aqui que as tropas invasoras de Napoleão sofreram a sua primeira derrota em solo português.
Com uma beleza natural grandiosa, Chaves apresenta inúmeros pontos de interesse e que merecem uma visita, como o seu Centro Histórico com a bonita Praça Camões. Não pode deixar também de visitar a Torre de Menagem, e de atravessar um dos ex-libris da cidade: a Ponte Trajano. Construída entre o final do século I e o início do século II d.C., está classificada como Monumento Nacional, e constitui um dos melhores legados romanos da cidade, tendo resistindo a históricas cheias e às fortes correntes do rio Tâmega. Tem aproximadamente centena e meia de metros de comprimento e uma dúzia de arcos visíveis. A montante e jusante da ponte, podem ainda ser admiradas duas colunas, onde se podem ler inscrições relativas aos imperadores Trajano e Flávio Vespasiano. Há ainda uma terceira coluna, que exalta as dez cidades ou povos do conventus bracarense, e que pode ser vista no Museu da Região Flaviense.
O concelho apresenta igualmente um forte cariz religioso, com diversos templos por todo o município. As Igrejas de Santa Maria Maior, de São João de Deus (século XVIII), da Misericórdia (século XVII), de Nossa Senhora do Rosário (situada no Forte de São Francisco) e as Capelas de Santa Catarina, de Nossa Senhora do Loreto (também conhecida por Senhora da Cabeça, remonta ao século XVII), de Nossa Senhora da Lapa, de Nossa Senhora das Brotas (no Forte de São Neutel), a da Senhora do Pópulo (em Santo Amaro, século XVI) ou a de São Roque, na Madalena, são alguns desses santuários, entre tantos outros que existem na região.
Mas muitos outros pontos de interesse existem na região de Chaves, como todo o legado romano, ou o Museu da Região Flaviense, alojado no antigo Paço dos Duques de Bragança (século XV), que exibe uma variedade de achados arqueológicos. Também a Misericórdia de Chaves, instalada no antigo hospital (século XV), o Convento da Ordem de Nossa Senhora da Conceição (século XVII) e todo o ambiente medieval que ali se respira merecem uma visita.
Digna de registo é a apreciada Gastronomia típica da zona, com os seus famosos enchidos e carnes curadas, e o tradicional Artesanato que tem sido mantido ao longo dos séculos, com destaque para trabalhos em barro preto, a cestaria de Vilar de Nantes e as Mantas de Soutelo.