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“Chamavam-me o Estação”

Luís Gonçalves, pintor, ex-aluno do Liceu

Como nasceu a sua vocação para as artes? Essa tendência nasceu ou desenvolveu-se no liceu?

O meu contacto com a expressão gráfica terá sido como o de outra criança qualquer. As revistas de BD da época, Mosquito e Mundo de Aventuras, com os desenhos de ETC e Hal Foster tiveram grande influência no meu trajecto futuro. Claro que o Desenho e os T. Manuais com os saudosos professores Ezequiel Mendonça e Miranda ajudaram muito.

A sua pintura atravessa várias tendências: como pode descrever essa evolução? Em qual se situa hoje?

A minha pintura é uma consequência dos estudos feitos em Belas-Artes e do contacto com outros artistas que fui seguindo desde os finais dos anos cinquenta. A exposição patente no TMG dá uma panorâmica desse percurso.

Qual a ligação à Guarda que espelha na sua pintura?

A Guarda onde nasci, ou melhor, a sua região ficou ligada à minha pintura pela cor, no início e nos anos mais recentes pela estrutura do “quadro”, numa visão possível do seu espaço habitado.

Como encara esta Exposição actualmente a decorrer na Guarda?

Esta Exposição é o resultado de um projecto que vinha sendo trabalhado há alguns anos, com gosto e que me deixa imensamente satisfeito. Depois dela, voltarei aos “quadros” que entretanto ficaram suspensos. A Pintura continua…

A pintura ocupa hoje todo o seu tempo livre?

Desde sempre, a minha vida tem estado ligada às Artes, quer como professor, quer como artista nos campos da pintura, da gravura, do desenho, da escultura… Nos últimos anos, afastado das lides académicas, o tempo tem sido todo dedicado à pintura e espero que assim continue.

Como recorda os seus tempos do Liceu da Guarda? Que factos e pessoas relembra?

O Liceu do meu tempo era no edifício onde actualmente funciona o “Ciclo”, junto à Sé. Vivi à Dorna, ao Bonfim e por último, ao Carvalho. Era oriundo da Estação de Caminhos de Ferro onde fiz a 1ª e 2ª classes, o que me deu direito ao título de “o Estação”, que ainda hoje conservo. Em Lisboa, nas reuniões que fazemos, nos almoços que comemos, na Associação que fundámos, a Guarda, o Liceu, o enterro ao Coliseu, o Carlos Costa, o Zé Vilhena e tantos outros assuntos ligados, são os temas principais das nossas conversas. Hoje não sei como é. Será tudo diferente, ou será tudo igual?

“Chamavam-me o Estação”

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