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CERCIG reclama depois de Câmara doar terreno à Fundação Augusto Gil

A Câmara da Guarda tinha decidido doar terreno do Bairro da Fraternidade à Fundação Augusto Gil, mas a direção da CERCIG reclamou e o processo voltou ao ponto de partida. A proposta que satisfazia as duas instituições devia ter sido aprovada pelo executivo na última segunda-feira, mas o documento foi retirado da ordem de trabalhos por causa das dúvidas da oposição.

Em fevereiro, a autarquia deliberou ceder o espaço situado em frente à CERCIG à Augusto Gil, presidida por Marília Raimundo, que pretendia ali construir um lar para pessoas em situação de emergência social. O problema é que a Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados da Guarda, presidida por José Igreja, também estava interessada no local, que passou a ser usado como parque de estacionamento da instituição após a construção da unidade residencial. «A direção da CERCIG reuniu com o presidente sobre este terreno depois do executivo ter aprovado a sua cedência à Fundação Augusto Gil, mas o único pedido conhecido era o desta instituição», confirmou Virgílio Bento no final da reunião. Para o vice-presidente, «é uma obrigação» a autarquia apoiar este tipo de instituições de cariz social, tanto mais que a CERCIG e a Augusto Gil «ainda não tinha recebido terrenos da Câmara».

A lacuna ficará, portanto, preenchida brevemente, pois foram «conciliados os interesses de ambas», que estão a fazer «investimentos importantes e a criar postos de trabalho», justificou o autarca. Quem achou tudo isto muito estranho foram os vereadores do PSD, desde logo porque Joaquim Valente faz parte do Conselho Geral da Fundação Augusto Gil e Virgílio Bento preside à Assembleia-Geral da CERCIG, sendo que este apresentou a proposta de doação à primeira IPSS e o Joaquim Valente encarregou-se da segunda. «O presidente não pode votar documento da Fundação e eu não posso votar proposta para a CERCIG», admitiu o vice-presidente perante a insistência da oposição. «O ideal é que não houvesse este tipo de conflitos», concluiu Ana Fonseca, que acabou por pedir uma proposta que contempla as duas instituições mais fundamentada «a bem da transparência». O assunto deve voltar ao executivo na reunião de 6 de maio.

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