Dentro de três anos, a zona histórica de Vila Nova de Foz Côa deverá estar mais aprazível para visitantes e habitantes. A sede do concelho duriense é a única do distrito da Guarda abrangida pelo Programa de Regeneração Urbana do Douro, que prevê um investimento superior a 60 milhões de euros em 20 municípios com o objectivo de devolver vida e actividade aos centros históricos. Em Foz Côa, o investimento elegível é de cerca de 2,8 milhões de euros, sendo o incentivo comunitário de quase dois milhões.
É a primeira vez que se concretiza um plano concertado desta envergadura na região, naquele que já é apelidado de “programa Polis” dos pequenos aglomerados do interior do país. Vários concelhos aproveitaram o incentivo comunitário de mais de 42 milhões de euros para traçarem projectos que vão ajudar a “lavar a cara” de algumas zonas importantes de vilas e cidades, por vezes, semi-abandonas e em ruínas. O edil de Foz Côa explicou a O INTERIOR que os projectos candidatados vão incidir «mais na zona histórica», como a «requalificação de avenidas centrais e da zona mais antiga». No mesmo sentido, «há também alguns edifícios municipais que entram na regeneração urbana, designadamente antigas escolas que precisam de ser requalificadas para outro tipo de serviços», adianta Emílio Mesquita. Esses antigos estabelecimentos, localizados todos na sede de concelho, vão ser utilizados para «formação e apoio a empreendedorismo», reforçou.
«O objectivo principal deste programa é tornar mais apetecíveis certas zonas de Foz Côa», para que possa ser «uma terra visitável» e que se verifique «uma evolução grande no turismo». De resto, «agora também com o Museu do Côa é importante que a própria cidade se valorize», salienta o autarca, apesar de ainda não haver uma data prevista para a inauguração do equipamento. Mas captar mais habitantes para a cidade poderá ser outro objectivo desta intervenção: «Pensamos que o desenvolvimento passa por aí e também por haver mais serviços e uma alavancagem de toda a economia do concelho. É claro que as coisas tendem sempre a concentrar-se mais na cidade e, nesse sentido, que possa fixar pessoas e algumas que venham também de fora. Normalmente é o que acontece e esperamos bem que as coisas realmente vão para a frente», acrescenta Emílio Mesquita.
O Programa de Regeneração Urbana do Douro tem um prazo de três anos, estando o município actualmente a elaborar os projectos, havendo «depois mais dois anos para a execução». As primeiras obras poderão arrancar no Verão, uma vez que a autarquia tem «uma certa urgência na requalificação de uma escola», devendo as restantes iniciarem-se entre finais deste ano e princípios de 2010.
Ricardo Cordeiro