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Centro de Interpretação Arqueológica de Fornos de Algodres aposta nas escolas

O centro espera receber exposição intitulada “Megalitismo da Bretanha” ainda este ano

O Centro de Interpretação Histórica e Arqueológica de Fornos de Algodres (CIHAFA), que comemorou o seu primeiro aniversário de abertura ao público no passado domingo, tem novos planos para o futuro. A proposta passa por uma coordenação de esforços com a secundária de Fornos, de forma a aumentar a vertente educativa e o interesse dos visitantes.

O grande projecto a iniciar já este ano lectivo, passa pela criação de um grupo de trabalho, em parceria com o estabelecimento de ensino, com o intuito de realizar fichas de avaliação nas quais os alunos podem resolver e testar os seus conhecimentos depois da visita ao museu, explicou o director do centro, António Carlos Valera. Para o efeito, também os guias, que acompanham os visitantes, têm um discurso com directrizes diferentes e direccionado para públicos-alvos variados. Esta iniciativa integra-se «no espírito» que rege o centro desde a sua formação, segundo o director, segundo o qual o museu não é um «projecto fechado», até porque o centro expõe todos os «bens» encontrados nas escavações do concelho. Desta forma, o espaço museológico mantém em aberto a porta da diversidade e actualidade, vendo o seu espólio aumentar consoante os resultados das escavações. Conta actualmente «largos milhares de peças», não sendo «muito fácil contabilizá-las», confessa, estando inúmeros objectos expostos e outros em fase de estudo, catalogação e datação no depósito arqueológico. Com escavações a decorrem em todo o concelho, o museu está enriquecido com um espólio de artefactos de épocas variadas, indo nomeadamente do megalitismo, à ocupação romana e medieval, de onde se pode destacar a colecção de cerca de duas dezenas de moedas do período romano e também do reinado de D. Manuel, ou ainda diversos recipientes argilosos do século XVIII.

As visitas aos locais das escavações são outra actividade proporcionada pelo CIHAFA, com o objectivo dos interessados poderem ver vestígios megalíticos datados de há seis mil anos atrás, o que se poderia considerar um neolítico médio/final, sendo exemplo o “Dólmen de Corgas”, de Matança ou ainda a “Casa da Orca”, de Cortiço. Já os vestígios romanos remontam ao século III a.C. numa altura de intensas lutas com os Lusitanos na região onde se localiza o actual concelho de Fornos de Algodres, sendo, por este motivo, as freguesias do concelho ricas nestes artefactos. Com biblioteca, auditório, depósito arqueológico e espaço para exposições, tanto permanentes como temporárias, o museu soma já cerca de duas mil visitas, muitas delas de estudantes no âmbito escolar, mas também alguns curiosos. Apesar da adesão se manifestar mais em termos de «referência local», já são muitas as escolas do país que se deslocam até ao museu, nomeadamente do distrito de Aveiro ou do Porto. Mas a «esperança» aponta para um aumento «mais ou menos significativo», assegura Valera, depois de receberem todo o material necessário para albergar exposições temporárias. Segundo os projectos existentes, o museu espera apresentar ao público ainda este ano a exposição “Megalitismo da Bretanha”, como forma de promover o CIHAFA e tentar cativar e «manter o interesse dos visitantes».

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