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Centro de Estágios da Guarda continua “na gaveta”

Secretário de Estado do Desporto ainda não respondeu ao pedido de audiência solicitado por Maria do Carmo Borges em Fevereiro

Oito meses depois do projecto final do Centro de Estágios de Alta Competição ter sido apresentado com um orçamento superior em dois milhões de euros (cerca de 400 mil contos) ao previsto inicialmente, no valor de quatro milhões, a autarquia da Guarda continua sem receber qualquer esclarecimento do Governo em relação ao financiamento para a construção daquela estrutura. Maria do Carmo Borges considera que o Governo já dispôs de tempo suficiente para analisar o processo, pelo que vai insistir para ser recebida pelo secretário de Estado da Juventude e dos Desportos, Hermínio Loureiro.

O Executivo de Durão Barroso continua sem dar notícias sobre o apoio ao futuro Centro de Estágios, mas é cada vez mais remota a possibilidade da obra começar a ser feita neste mandato, já que a construção dos estádios para o Euro 2004 açambarcou a quase totalidade das verbas do Programa Operacional do Desporto, a que a autarquia guardense pretendia candidatar o empreendimento. Recorde-se que em Fevereiro, Maria do Carmo continuava a acreditar, de uma forma «perfeitamente pensável», que a estrutura a construir junto ao Instituto Politécnico estaria concluída durante o seu actual mandato, que termina em finais de 2005. Contudo, passados oito meses, o processo ainda não conheceu nenhum desenvolvimento, pelo que a autarca já não está tão optimista, virando agora “baterias” para que a obra «possa ser iniciada» até ao final do seu mandato. Sobre a audiência já solicitada há muito tempo a Hermínio Loureiro, a edil da Guarda continua «à espera de uma resposta», afirmando que «só não tem insistido mais no momento» porque entendeu que deveria ser dado «algum tempo» ao secretário de Estado do Desporto para que «tomasse conhecimento de todos os protocolos que tem». No entanto, nesta altura «já passou tempo suficiente», daí que vá «insistir» junto da tutela para que a audiência seja finalmente concedida, acreditando que o «protocolo seja cumprido», sublinha.

Para agravar ainda mais esta situação de incertezas, o projecto do Centro de Estágios de Alta Competição apresentado em Fevereiro surgiu com um orçamento superior em dois milhões de euros (cerca de 400 mil contos) ao que estava previsto inicialmente. Maria do Carmo Borges não viu com bons olhos esta subida de quatro para seis milhões de euros e, sublinhou na altura, que só poderá concordar com ela quando lhe confirmarem que as alterações introduzidas pelo arquitecto Reis Figueiredo, da empresa Arquitectos da Beira, são «efectivamente mais-valias». Para além da unidade de alojamento, que é tida como a sua estrutura base, o Centro de Estágios de Alta Competição da Guarda contempla ainda a construção de cinco campos de ténis, três relvados de futebol, um deles com pista de atletismo de oito corredores, uma piscina olímpica, um pavilhão multiusos e ainda percursos pedonais e de bicicleta. A presidente da Câmara da Guarda acredita ainda que a estrutura possa ser um «complemento importante» à clínica de climoterapia que poderá nascer na cidade, caso se chegue à conclusão de que o ar da cidade mais alta possui as características adequadas para responder ao tratamento de doenças alérgicas, como a asma e outras do foro respiratório.

Ricardo Cordeiro

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