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Centro de Emprego da Covilhã cria meios mecânicos para deficientes

Antiga rampa para deficientes foi eliminada e vai ser substituída por equipamentos mecanizados

A eliminação da rampa para deficientes que se encontrava à entrada do Centro de Emprego da Covilhã, logo após as obras que o edifício sofreu há umas semanas atrás, tem levantado alguns celeumas entre alguns covilhanenses, ainda para mais quando a Associação Portuguesa de Deficientes (APD) ter ameaçado processar o Estado por este não ter criados condições segundo a legislação (ver texto em baixo).

No entanto, a indignação que muitos têm manifestado, e que chegaram até a “O Interior”, não tem fundamento pois trata-se apenas de uma situação «temporária» enquanto decorre o concurso público que o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) abriu para adquirir «equipamento metálico» próprio para facilitar o acesso dos deficientes motores àquela instituição pública, explica o director do Centro de emprego José Soares. «Daqui a um mês esse problema já não existe», garante.

«A rampa foi tirada, mas no exterior há uma tomada de corrente para uma rampa metálica», esclarece aquele responsável, explicando que o equipamento a ser adquirido não servirá apenas para facilitar o acesso dos deficientes à recepção, mas também a todos os pisos do edifício. Para além destes meios mecânicos, as instalações sanitárias foram também remodeladas.

«As mudanças que fizemos foram no sentido de melhorar a vida das pessoas dos deficientes», ressalva aquele responsável, lembrando que a rampa que existia também «não respeitava a legislação» por ter um «declive muito acentuado, o que impedia a autonomia das pessoas com deficiência», sustenta.

Maioria dos edifícios públicos não criam condições para os deficientes

Infelizmente, o “bom exemplo” do Centro de emprego da Covilhã não é seguido pela maioria das instituições públicas da Covilhã. Desde que saiu o Decreto-Lei 123/97 foram poucas as medidas adoptadas para facilitar a vida social dos deficientes, principalmente numa cidade que possui acentuados declives. Por vezes, andar na rua torna-se uma verdadeira aventura e pode constituir até um verdadeiro perigo. Os passeios demasiado altos e ocupados com carros, as ruas esburacadas, a falta de passeios largos e a ausência de rampas em quase todos os edifícios públicos, culturais e desportivos são alguns dos entraves que se colocam aos deficientes. Ninguém nega que as obras do pelourinho, com passeios mais largos, melhoraram em muito a autonomia dos deficientes. No entanto, com as obras, que ficaram prontas em 2002, deixaram de funcionar os sinais sonoros existentes nos semáforos para avisar os invisuais da mudança de sinal. Os sanitários públicos, situados por baixo do café Verdinho no centro da cidade, também não acautelam os deficientes. E isto, apesar de terem sido construídas há pouco mais de dois anos.

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