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Centro Cultural quer ser da Guarda

Colectividade vai angariar novos sócios e benfeitores, mas também quer cativar mais jovens para as suas actividades

Ao fim de 43 anos de actividade ininterrupta, o Centro Cultural da Guarda considera ter chegado a altura de se auto-promover e de lançar uma inédita campanha de angariação de sócios e benfeitores. Esta etapa inédita na vida da colectividade foi anunciada, na última quinta-feira, pela nova direcção e ficará completa com a mudança do logotipo. O par de bailarinos, com a Sé em segundo plano, vai dar lugar a um símbolo «moderno, dinâmico e simples», adianta Maria Saudade Duarte, que, no final do ano passado, substituiu Saraiva de Melo na presidência.

«A dinâmica do Centro Cultural e a qualidade dos seus grupos não é muito conhecida na cidade», lamenta a dirigente, que é acompanhada neste mandato por Joaquim Canotilho (vice-presidente), Paulo André (tesoureiro) e Álbino Bárbara (secretário), enquanto Carlos Brito e Ana Maria Barbosa são os vogais da direcção. O elenco quer aproveitar o «bom momento financeiro» da instituição para cativar mais jovens e adultos para as suas actividades, com destaque para o Orfeão e o rancho folclórico. O primeiro é o seu projecto mais antigo e é dirigido actualmente pelo maestro Gustavo Delgado. O segundo não lhe fica atrás em termos de longevidade e de actuações, só que ambos precisam de “sangue novo”: «As inscrições estão abertas para todas as nossas actividades, mas precisamos sobretudo de novas vozes para o Orfeão e de jovens no rancho», refere Joaquim Canotilho, sublinhando que a qualidade destas formações é reconhecida pelo país fora. «Disso não há dúvidas, o mesmo já não se pode dizer em relação à Guarda», insiste. Mas o Centro Cultural dá outras “cartas”, como o popular e muito requisitado Conjunto “Rosinha” ou as aulas de ballet e de música. De resto, a vertente formativa é um dos pilares da colectividade, sedeada no edifício do Paço da Cultura. Este ano, 95 jovens estão a iniciar-se na dança clássica e outros 100 aprendem a tocar vários instrumentos, a que se juntarão o baixo e a bateria no próximo ano.

Mas a direcção acha que ainda há lugar para mais e para outros projectos. «Temos instrumentos suficientes para formar uma banda filarmónica ou uma orquestra ligeira. O desafio já foi lançado, só que a Guarda não respondeu», recorda Albino Bárbara, lamentando que a cidade «não conheça o nível de qualidade alcançado» no Centro Cultural. Prova disso são as inúmeras solicitações para actuações de qualquer um dos seus três grupos, sendo que o rancho, com cerca de 50 elementos, é o mais requisitado, seguido do Orfeão, formado por 45 pessoas. «O problema é que não podemos dar resposta a todos os convites por falta de verbas para o transporte de tanta gente», indica Joaquim Canotilho, para quem a colectividade «representa um pouco a cultura da Guarda e da região». Actualmente, o Centro Cultural tem 500 sócios, que pagam anualmente três euros de quotas, e vive do subsídio da autarquia e de 25 por cento das mensalidades cobradas no ballet e na música – o resto serve para pagar aos professores. A 3 de Junho vai organizar um Festival de Coros, no TMG, com a participação do Grupo Coral de Lagos, do Orfeão de Matosinhos e do Coro Infantil de Belgais (Castelo Branco), para além do Orfeão anfitrião. Já nas Festas da Cidade promove o tradicional Festival de Folclore, enquanto que para Outubro está previsto, também no TMG, um grande espectáculo com todas as suas actividades.

Luis Martins

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