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Central de camionagem muda-se para o centro até à conclusão do Guarda Shopping Center

Apesar da autarquia ter anunciado que as obras arrancam ainda este semestre, a TCN não se compromete com prazos

A central de camionagem vai funcionar na zona central da cidade até que esteja construído o Guarda Shopping Center, antes designado de Guarda Mall. A «melhor solução provisória» encontrada pela autarquia é o largo localizado nas traseiras do Hotel Turismo, adianta Joaquim Valente. Já em relação ao arranque das obras do novo centro comercial, a TramCroNe (TCN) não se compromete com prazos – apesar do presidente da Câmara ter dito que os trabalhos estarão no terreno ainda durante este semestre.

Para o autarca, o espaço escolhido para sediar transitoriamente a central de camionagem responde às necessidades da estrutura, pela sua dimensão, e encontra-se bem localizado. «É um largo com condições para proporcionar aos utentes uma fácil mobilidade dentro da cidade», explica Joaquim Valente, referindo que o início da construção do centro comercial está agora dependente do projecto financeiro que a TCN está a montar. «Está a desenvolver-se o projecto financeiro por forma a que não haja constrangimentos e desvios», indica. O arranque das obras ainda durante este primeiro semestre é, de resto, o prazo apontado pela própria empresa holandesa, acrescenta o edil. Contactado por O INTERIOR, o administrador da TCN, Pedro Neves, não só se recusa a falar numa data para o arranque do projecto, orçado em 55 milhões de euros, como nem sequer aponta prazos para a conclusão dos trabalhos de requalificação do antigo matadouro – espaço onde vão ficar os comerciantes do mercado municipal até à construção do centro comercial.

Pedro Neves confirma, sem adiantar pormenores, que a TCN «está, de momento, a montar o financiamento» e refere que o início dos trabalhos está ainda dependente de outro factor, relacionado com o Tribunal de Contas (TC). «A lei é clara e diz que todos os concursos devem ter o visto desta entidade», esclarece Joaquim Valente. O processo deu entrada no TC em Fevereiro.

Aumenta descontentamento entre os comerciantes

De acordo com Pedro Neves, as obras «avançam logo que estejam resolvidas estas duas situações», sendo que a construção do Guarda Shopping Center e a requalificação do matadouro devem avançar quase em simultâneo. Até agora – e de acordo com o que O INTERIOR apurou nas instalações do matadouro, as obras de requalificação não foram além de intervenções ao nível do exterior, com a limpeza de espaços e a pintura das fachadas. «Mas as obras no matadouro serão relativamente rápidas», assegura Pedro Neves. «Se as obras lá para onde nos querem mandar não estão começadas sequer, como é possível que aqui [no mercado municipal] arranquem antes do fim de Junho?», questiona um dos elementos da Comissão de Utentes do Mercado Municipal. Júlia Sobral está algo céptica em relação à concretização do empreendimento. «Já ninguém quer sair do mercado», garante, ao recordar que a mudança para o edifício do matadouro foi apontada, pela primeira vez, para Julho do ano passado, tendo sido adiada depois para Setembro e ainda para Janeiro.

Toda esta «publicidade» com sucessivas datas «estragou o negócio» aos comerciantes, diz Júlia Sobral, ao notar que o descontentamento com este processo aumenta de dia para a dia entre os comerciantes. «Lá em baixo vai ser a nossa morte», antevê. «As pessoas que vinham ao mercado vão-se afastando», queixa-se, por sua vez, outro comerciante. António Costa afirma haver clientes que estarão convencidos de que o mercado municipal já está a funcionar no matadouro e que, por isso, deixaram de frequentar o espaço na Quinta dos Pelâmes. Este comerciante diz já não acreditar que o centro comercial venha a concretizar-se. Quanto a Aurora Figueiredo, que conta 54 anos de praça, o ideal seria a autarquia «fazer melhoramentos» nas actuais instalações do mercado municipal e esquecer o projecto do centro comercial. Em relação aos protestos dos comerciantes, Joaquim Valente lembra que a solução foi falada «há muito» e corresponde «àquilo que se considerou que seria melhor» para todos. No entanto, o edil recorda que a TCN tem um plano de animação e de promoção pensado para pôr em prática aquando da mudança para o antigo matadouro.

Comerciantes dizem que o processo acabou por lhes «estragar o negócio»

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