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«Cenário de instabilidade política pode afectar Plataforma Logística»

Álvaro Guerreiro, presidente do Conselho de Administração da Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial (PLIE) da Guarda e vice-presidente da autarquia

P – Quanto vai custar um lote de terreno na futura Plataforma Logística?

R – O preço dos lotes e a tipologia da alienação são definições a estipular no Plano de Negócios definitivo após a aprovação da candidatura ao Interreg.

P – Como estão os contactos com universidades e politécnicos para a vertente tecnológica da PLIE?

R – Essa parte do investimento está reservada para uma fase seguinte. Achamos que é uma componente que vai surgir por ela própria e da necessidade de intervenção no meio empresarial do Politécnico. Por outro lado, entendemos que o estatuto de Área de Localização Empresarial (ALE), pelo qual temos vindo a pugnar, deve consignar uma componente tecnológica na gestão das ALE. Contudo, ainda falta definir e regulamentar as ALE, outro processo que está muito atrasado.

P – Desde o início que a Câmara tem assumido que quer ser apenas o motor de lançamento deste projecto e que irá afastar-se gradualmente. Como é que conta fazer isso?

R – O compromisso é esse e está assumido no acordo parassocial que a Câmara, detentora de 37 por cento do capital social, ficará sempre com um valor mínimo residual de 10 por cento para garantir a salvaguarda do interesse público. O município ainda não decidiu como vai fazer, mas o que se prevê é que venham a ser paulatinamente libertados 27 por cento do capital social em prol de iniciativas e projectos com interesse para o desenvolvimento da sociedade e da Plataforma Logística, sendo que os actuais accionistas terão sempre preferência.

P – Como está a intenção de sediar na Plataforma Logística um terminal ferroviário de mercadorias?

R – O terminal ferroviário é um investimento que a Refer e a sociedade entendem não ser prioritário uma vez que existe um a cerca de dois quilómetros na Guarda-Gare. Mas a Refer tem novos estudos com hipóteses diferentes de terminais e que estão a aguardar uma oportunidade de investimento por parte daquela empresa. Essas alternativas tendem a aproximar-se da Plataforma Logística, embora o declive do terreno naquela zona continue a ser o principal problema para os técnicos. Há duas soluções previstas. Leva-se a linha até ao coração da PLIE, o que é um investimento impensável, pois implica um ramal novo de Vila Fernando até à Guarda. Em alternativa cria-se um porto de ancoragem ferroviário à cota da linha da Beira Alta que ficará ligado por estrada à Plataforma.

P – Dia 19 vai saber-se se há financiamento ou não. Quando poderão iniciar-se as obras da primeira fase?

R – Em termos de acessibilidades, a Câmara está a adjudicar a empreitada e vai avançar ainda este ano. As obras de infraestruturação da Plataforma Logística serão tratadas no âmbito da candidatura ao Interreg e pensamos que até ao final de 2004, de acordo com o planeado, teremos já obras de preparação dos terrenos e de início de implantação de infraestruturas.

P – A sociedade perspectiva o alargamento da área da Plataforma Logística, actualmente de 100 hectares?

R – É um cenário previsível. O estudo aponta para a viabilidade do negócio nestes 32 hectares, mas a partir do momento em que a primeira fase estiver rentabilizada é perfeitamente previsível avançar para um negócio na restante área.

Luis Martins

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