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Cem quilos de castanhas para “Magusto da Velha”

A tradição cumpre-se há 317 anos em Aldeia Viçosa (Guarda). Um dia depois do Natal, reza-se uma missa por uma benemérita e oferecem-se castanhas e vinho à população.

É assim o “Magusto da Velha”, que remonta ao século XVII e teve origem na herança deixada por uma mulher abastada, de nome desconhecido. Assim, no dia 26, o encontro está marcado para o largo principal desta aldeia do concelho da Guarda. Depois da missa (14 horas), serão lançados 100 quilos de castanhas da torre da igreja para o adro onde, quando estas se apanham do chão, os mais jovens aproveitam para saltar para as costas de quem se baixa para as agarrar nas já tradicionais “cavaladas”. Este ano, a Junta de Freguesia propõe provas do vinho da Quinta do Ministro e de azeite de Aldeia Viçosa e ainda uma «pequena dramatização» em torno do cortejo das castanhas. Haverá barraquinhas de artesanato tradicional, uma arruada pelo Grupo de Bombos da Casa do Povo do Souto da Casa (Fundão) e, à noite, um baile.

O “Magusto da Velha” tem origem numa herança feita, em 1698, aos habitantes de Aldeia Viçosa por uma mulher abastada cuja identificação ainda não foi apurada. Segundo a tradição, a “velha”, como passou a ser tratada popularmente, quis que os residentes comessem castanhas e bebessem vinho uma vez por ano e, em troca, rezassem um pai-nosso pela sua alma. A herança que está na origem da tradição de Aldeia Viçosa é mencionada no “Livro de Usos e Costumes da Igreja do Lugar de Porco – Ano de 1698” e, ainda hoje, a Junta de Freguesia recebe anualmente uma renda perpétua de 48 cêntimos de euro, que é depositada na sua conta bancária pelo Instituto de Gestão do Crédito Público.

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