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CDU fala de um verdadeiro «eclipse cultural»

Jorge Fael debruçou-se na última segunda-feira sobre o estado da cultura no concelho

Jorge Fael, o candidato comunista à Câmara da Covilhã, caracterizou os últimos quatro anos de política cultural no concelho como um verdadeiro «eclipse». As declarações foram feitas durante uma visita às instalações da Associação de Teatro e outras Artes (ASTA) na última segunda-feira.

O candidato da CDU aproveitou para dar a conhecer algumas propostas do partido no que concerne às matérias culturais. Deste modo, a definição de uma Carta Cultural Concelhia, o controlo e gestão democrática dos dinheiros públicos destinados à cultura, a promoção do intercâmbio cultural entre municípios, a criação de um Gabinete de Apoio Técnico às Colectividades e de um Fundo de Base Associativo destinado às despesas de funcionamento das associações constituem algumas das principais prioridades dos comunistas. Todos estes aspectos constituem, para Jorge Fael, «uma nova forma de olhar para a cultura, para a sua realização e para aqueles que a desfrutam». O candidato define ainda como prioritário «criar um concelho onde a cultura seja algo que se vive e se respira». Por outro lado, Fael não poupou críticas ao actual executivo de Carlos Pinto, chegando mesmo a dizer que a política cultural dos últimos quatro anos traduz-se «um eclipse total, acabando a actual vereadora da cultura por ser também eclipsada da lista do PSD».

O dirigente da CDU considerou, por outro lado, que este mandato ficou igualmente marcado por diversos conflitos entre a actual maioria e diversos agentes culturais «como o Cine – Clube ou a Associação Cultural da Beira Interior» e ainda pela realização «pontual de actividades culturais desconexas e sem uma visão integrada e projecção adequada junto das populações». O líder comunista pela Covilhã falou também da existência de um «”controleirismo” da direita sobre as associações e colectividades», o que terá levado «à morte as dinâmicas populares». A actual maioria terá ainda, segundo Jorge Fael, «tentado esvaziar progressivamente as comemorações do 25 de Abril». O candidato garantiu, por outro lado, que é fundamental a existência de uma «cultura participativa, plural, descentralizada, socialmente equitativa, democrática e tolerante», que respeite e preserve «as raízes e a história das populações», sem deixar de «projectar o futuro» e acusou a actual maioria de uma «ausência e planeamento» no que diz respeito à cultura, traduzida na inexistência de «uma Carta Cultural» e do Centro de Artes, que de resto, «a autarquia foi incapaz de construir, apesar de o ter prometido», frisou. Para os comunistas, «o término da agenda municipal» e a ausência de «técnicos qualificados» são exemplos que caracterizam a situação da cultura na Covilhã ao longo dos últimos quatro anos, classificada por Jorge Fael como sendo de «vazio cultural». O líder comunista defendeu a necessidade de consolidar «o avanço de uma cultura aberta, que combine a inovação e a tradição» e ainda a conservação e divulgação do património cultural e histórico, bem como «o acesso popular à leitura» e o estabelecimento de políticas de apoio dirigidas às indústrias culturais, «consagrando o triângulo ócio – turismo – cultura». No que diz respeito ao decorrer da campanha eleitoral, Jorge Fael garantiu que «falta pouco para tornar a haver oposição na Câmara da Covilhã». Esta certeza advém «do contacto estabelecido nos últimos dias com as populações das 31 freguesias do concelho», concluiu.

Rosa Ramos

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