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CDS volta a apostar em João Caramelo para as legislativas na Guarda

Paulo Portas esteve na apresentação da lista e mostrou-se confiante numa subida de votação

«O CDS-PP merece, ao fim de 20 anos, voltar a ter um representante [na Assembleia da República]» pelo círculo da Guarda, considerou, na última sexta-feira, João Caramelo, na apresentação da lista às legislativas que volta a liderar. Paulo Portas, que esteve no anúncio da candidatura, realizado num hotel da cidade, mostrou-se confiante numa subida de votação relativamente a 2005, «confirmando a tendência» registada nas europeias, até porque o distrito «continua a ter das melhores do país para o partido».

Ao recordar que, «infelizmente», os centristas não conseguem um deputado pela Guarda desde 1985, João Caramelo criticou o desempenho dos “pára-quedistas” que têm vindo a ser eleitos pelo PSD e PS. «O meu sentimento relativamente a essa falta de representação do CDS creio que é comum a muito boa gente do distrito», afirmou, referindo que os parlamentares «que nada têm a ver com a Guarda só aqui estiveram por razões de puro”marketing” de estratégia eleitoral». João Caramelo lamentou que «isto se volte a repetir» nestas legislativas, numa alusão à candidatura socialista liderada por Francisco Assis. Para o antigo delegado distrital do CDS, os deputados não têm representado, por isso, «os interesses e os anseios das populações». Por outro lado, os eleitos originários do distrito têm andado «mudos», completou. «Nós, na Guarda, não temos representantes que batam o pé, que reivindiquem», considerou, falando em «subserviência absoluta e total aos interesses dos partidos que estão no Governo».

A Guarda é «um distrito duplamente periférico», em relação a Lisboa e Bruxelas, onde «não foi feito investimento rigorosamente nenhum» nos últimos quatro anos, entende João Caramelo. «Em 2005 fizemos tudo bem para eleger um deputado. Mas faltaram os votos, esperamos que em 2009 os haja e temos essa confiança», disse ainda. No segundo lugar da lista está o delegado distrital, Olímpio Damasceno, seguido da presidente da concelhia da Guarda, Isabel Metello. O mandatário da candidatura é o ex-parlamentar Andrade Pereira, um histórico do partido. Paulo Portas precisou que a Guarda está entre os três melhores distritos do país em termos de votação, «muito acima da média nacional». O presidente do CDS salientou que só não tem conseguido eleger um deputado devido «ao fenómeno de desertificação que vai fazendo o distrito perder deputados. Se ainda houvesse um quinto deputado, seria o do CDS e há muito», sustentou.

«Nós também sabemos que há uma tentativa de clientilização por parte de muitas Câmaras Municipais», realçou, referindo encontrar mais este «fenómeno» nas autarquias do interior do país, «numa espécie de caciquismo do século XIX revisitado». «Quantas pessoas têm entrado nas Câmaras, e com certeza a termo, desde o início do ano?», questionou o líder dos populares. Ao serem, muitas vezes, as primeiras empregadoras dos concelhos, as autarquias contribuem para «uma sociedade de dependentes» quando «é a iniciativa dos cidadãos que tem que gerar emprego», defendeu. Paulo Portas abordou ainda temas como a segurança, justiça agricultura, além da importância das pequenas e médias empresas.

João Paulo Bidarra é o candidato à AM

Nesta conferência de imprensa a candidata do CDS à Câmara da Guarda, Cláudia Teixeira, aproveitou para anunciar que o cabeça-de-lista à Assembleia Municipal é João Paulo Bidarra. Foram ainda revelados os nomes de António Júlio Fernandes e Ana Cristina Nascimento como candidatos às Juntas da Sé e S. Vicente, respectivamente. Mais nomes serão conhecidos «em breve», nomeadamente a candidatura a S. Miguel, prometeu Cláudia Teixeira, explicando que há nomes já definidos, mas que os candidatos estão de férias, o que levou o partido a adiar o anúncio.

Os populares não conseguem eleger um deputado pelo círculo da Guarda desde 1985

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