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CDS quer Canotilho na lista do PSD

Luís Veiga é possibilidade para a Covilhã

O CDS-PP poderá avançar às autárquicas em coligação com o PSD na Guarda. Fonte dos centristas em Lisboa adiantou a O INTERIOR que «a vontade da direcção nacional é que Joaquim Canotilho integre, como independente, a lista do PSD». Na concelhia, Isabel Metello classifica de «falsa» esta informação, dizendo que «o partido apresentará listas próprias a todos os órgãos autárquicos».

A direcção nacional dos centristas entende que a Câmara da Guarda tem «muito potencial» do ponto de vista eleitoral, pelo que o objectivo é agora ter um elemento no executivo camarário, para além dos deputados municipais – três no último mandato. As públicas discordâncias de Joaquim Canotilho com Paulo Portas parecem estar sanadas, ou serão, pelo menos, irrelevantes para os lados do Caldas, pois «o tempo agora é de unidade». Confrontado com a hipótese de vir a concorrer como independente numa lista social-democrata, o visado disse desconhecer essa vontade do partido, mas que está «sempre disponível para servir a Guarda». De resto, uma resposta afirmativa do histórico militante do CDS «depende de quem forem as pessoas» e se os demais elementos da lista «forem de confiança». Uma característica que Joaquim Canotilho identifica no presidente da concelhia do PSD e principal favorito à liderança dessa lista: «João Prata é uma pessoa séria, mas eu não sei se é candidato. Já lhe disse pessoalmente que se o for, apoiá-lo-ei com todo o gosto», declarou a O INTERIOR.

Quem não se quis alongar em comentários foi o social-democrata, dizendo apenas que a prioridade neste momento é encontrar o candidato do partido. «Depois disso, essa questão pode ser colocada», admitiu. Esta semana, a Rádio Altitude noticiou que Ricardo Santos seria o candidato do CDS na Guarda, mas o vogal da direcção concelhia liderada por Isabel Metello não confirma, limitando-se a dizer que «é uma disponibilidade igual à de todos os que ocupam cargos partidários». E acrescenta que já foram contactados todos os que representaram o partido nos últimos anos. Aproximações que se terão revelado infrutíferas, segundo soube O INTERIOR. Quanto a uma eventual coligação da direita nas próximas autárquicas, Ricardo Santos defende que «as parcerias com o PSD nunca são descabidas, porque o nosso objectivo não é desequilibrar a ala direita política». Já Isabel Metello assegura que o CDS da Guarda tem «um candidato próprio», escusando-se a confirmar ou desmentir o nome de Ricardo Santos.

A hipótese de apoiar Joaquim Canotilho, enquanto independente num elenco do PSD, é desmentida «em absoluto». Ainda assim, O INTERIOR sabe que a vontade da direcção nacional é outra, sendo que a decisão caberá às estruturas distritais. No documento de estratégias para as autárquicas, o PP mostra preferência por concorrer em listas próprias, admitindo contudo a existência de coligações quando seja do interesse «dos munícipes, das estruturas locais do partido», ou quando represente «uma efectiva soma de votos, alargando o nosso espectro eleitoral».

Na Covilhã, Luís Veiga, administrador do Grupo Natura IMB Hotels, e Miguel Castelo Branco, médico no Centro Hospitalar da Cova da Beira, são os nomes mais falados para liderar a lista centrista à Câmara governada por Carlos Pinto. Nuno Reis, candidato do PP derrotado há quatro anos, deverá liderar a lista à Assembleia Municipal. Contudo, Miguel Castelo Branco já disse não ter «qualquer disponibilidade» para o cargo, mesmo que o convite seja formalizado. «Abandonei a militância activa», sentenciou. Até ao fecho desta edição não foi possível obter uma reacção de Luís Veiga.

Igor de Sousa Costa

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