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CDS desagradado com remodelação

A escolha de Maria Luís Albuquerque é vista por um alto responsável do CDS como «mais uma oportunidade perdida por Passos Coelho». E o risco associado à sua ligação ao caso dos contratos swap preocupa igualmente os centristas.

O Conselho Nacional do CDS esteve reunido ontem à noite, mas Paulo Portas não referiu nas suas intervenções a questão da remodelação governamental desta segunda-feira.

A agenda da reunião era dominada pela aprovação de candidaturas autárquicas, mas a saída de Vítor Gaspar acabou por ser referida por alguns dos conselheiros – porém, nem assim o presidente do CDS cedeu a pronunciar-se sobre o assunto. Nem na reunião à porta fechada nem, depois, aos jornalistas, quando Portas deixou a sede do partido, já depois da 1h da manhã.

Ao que o Expresso apurou, a saída de Vítor Gaspar foi bem recebida por Paulo Portas, mas o mesmo não se passou com o nome escolhido para o substituir. O líder do CDS entendia que o ministro Paulo Macedo, seria a escolha mais indicada para ocupar o lugar de Gaspar – não só pelo desempenho que tem tido na Saúde, mas também por várias posições que tomou em Conselho de Ministros contra a linha dura de austeridade que era protagonizada pelo ministro cessante.

Nalguns dos Conselhos de Ministros mais dramáticos deste Governo – como os da TSU, do Orçamento para 2013 (e o «enorme aumento de impostos») ou da «TSU dos reformados» – Paulo Macedo alinhou muitas vezes com Portas e outros ministros críticos das opções de Passos e Gaspar.

A escolha de Maria Luís Albuquerque é vista por um alto responsável do CDS como «mais uma oportunidade perdida por Passos Coelho». E o risco associado à sua ligação ao caso dos contratos swap preocupa igualmente os centristas.

Neste clima, nem a promoção de Portas a número 2 do Governo aliviou o tom critico dos centristas. A subida de Portas é vista como «óbvia», pois o líder do CDS «nunca seria número 3 de uma ex-secretária de Estado», mas a importância dessa promoção é desvalorizada. Por um lado, porque é vista como uma forma de tentar condicionar a acção de Portas, e por outro porque «o importante para o CDS é uma alteração de política», o que está longe de estar garantido com a subida de Maria Luís Albuquerque.

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