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Caso do novo bloco do hospital «envergonha-nos a todos»

Deputados municipais continuam preocupados com demora em abrir pavilhão pronto a funcionar do Hospital Sousa Martins

A não abertura do novo bloco do Hospital Sousa Martins, que está equipado e pronto a entrar em funcionamento, é «um caso que nos envergonha a todos», disse Álvaro Amaro na Assembleia Municipal (AM) de segunda-feira. O assunto foi abordado por deputados do PS, CDS-PP e CDU.

Apesar de estar concluído desde o último verão, o pavilhão continua fechado por não ter obtido ainda da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) o necessário certificado de segurança e de sistemas anti-fogo. No período antes da ordem do dia, o presidente do município voltou a defender a abertura do edifício após Álvaro Estevão (PSD/CDS-PP) ter apelado a todas as forças políticas que coloquem o hospital nas suas agendas como «assunto prioritário». Por sua vez, Armando Reis (PS) lembrou que enquanto o seu partido esteve no Governo «a obra sempre andou», tendo parado após o PSD ter assumido funções governativas. «A abertura do novo pavilhão é uma questão central, assim como a recuperação dos restantes edifícios que estão em estado lastimável», declarou o socialista. Já Honorato Robalo (CDU) apresentou uma moção, aprovada por maioria, onde é defendida «a urgente abertura» das novas instalações hospitalares.

Perante estas posições, o presidente do município adiantou que o novo pavilhão ainda não abriu porque «é preciso apresentar as alterações ao plano de segurança do projeto para que a ANPC as possa aprovar, o que ainda não foi feito». Situação que disse não compreender e criticou, porque são «coisas minúsculas», anunciando que vai visitar o Hospital Sousa Martins na próxima segunda-feira. De resto, Álvaro Amaro reuniu com o ministro da Saúde a quem pediu «uma garantia formal» para que o novo bloco entre ao serviço. «Depois tratar-se-á das outras fases», disse, ressalvando que não aceita que «ali queiram meter todo o hospital». O bloco tem quatro pisos e vai acolher serviços que atualmente estão dispersos pelos dois edifícios mais antigos do Hospital Sousa Martins. No piso térreo vão funcionar consultas externas, serviços de imagiologia, urgência, setor de exames especiais e esterilização, entre outros. O bloco operatório, o internamento, as unidades de cuidados intensivos e intermédios e o laboratório ocuparão o piso 1. No piso -1 ficam áreas técnicas, farmácia, medicina legal e armazém, enquanto o -2 fica reservado a estacionamento.

Nesta Assembleia Municipal foram aprovadas, por unanimidade, uma moção da CDU e outra do PS pela conclusão das obras de modernização da linha da Beira Baixa até à Guarda e reabertura «imediata» do troço até à Covilhã. Outras moções da CDU, em defesa do Serviço Nacional de Saúde, e do BE, sobre a criação do Orçamento Participativo e para transmissão das sessões das reuniões da AM em áudio e vídeo, via Internet, foram aprovadas por maioria. A reunião ficou ainda marcada por sistema de votação inédito, em que, para contabilizar os votos, o presidente da AM, Carvalho Rodrigues, foi pedindo aos deputados que se levantassem por filas de cadeiras. A opção – e algum desconhecimento do eleito – acabou por gerar alguma confusão no princípio, a tal ponto ponto que Carvalho Rodrigues chegou a perguntar se os jornalistas, colocados ao fundo da sala, também eram deputados. A configuração da sala António Almeida Santos também não agrada a Álvaro Amaro, que defendeu a necessidade de encontrar um novo espaço para a realização das Assembleias Municipais.

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