Seis anos após ter aberto as suas portas, o restaurante “Casas do Bragal”, localizado na pequena aldeia de João Bragal de Baixo, na Guarda, alcançou um dos seus grandes objectivos: entrar na “bíblia” dos gastrónomos, o “Guia Vermelho Michelin 2007 Portugal”, que foi lançado recentemente. Com a entrada na publicação que é a referência europeia para a selecção dos melhores restaurantes e hotéis nacionais, os responsáveis pelo estabelecimento acreditam que o número de clientes vindos do estrangeiro, que já são alguns, poderá aumentar ainda mais.
O emblemático “Guia Michelin”, onde constam mais de 530 hotéis e mais de 250 restaurantes, atribuiu três talheres ao “Casas do Bragal”, o que equivale a dizer que apresenta uma «qualidade muito boa», regozija-se o gerente, Eugénio Alves Martins. De resto, «só há 24 restaurantes com três talheres em todo o país», daí que possa dizer-se que o estabelecimento do concelho da Guarda «está entre os melhores 24 do país», enaltece, realçando que não é só a gastronomia que é avaliada. É também o ambiente, as instalações, as condições dos lavabos, entre outros factores. A descrição feita no guia é simples, mas elogiosa: «Este restaurante é uma agradável surpresa pelas suas pormenorizadas instalações que combinam o mobiliário moderno e a pedra à vista. Ementa de bom nível e variada adega». O responsável recorda que o inspector que esteve em João Bragal de Baixo era espanhol e, sem se identificar, «almoçou de forma descontraída» e só no final disse de onde vinha, diz Alves Martins, esclarecendo que não houve nenhuma candidatura. «São eles que percorrem o país, vão tendo conhecimento de coisas novas e aparecem, quase todos, anónimos», sublinha. A entrada no “Guia Michelin” «coloca a Guarda na rota da gastronomia internacional», realçando que tem havido uma constante preocupação com a «procura sistemática da excelência», bem como em o “Casas do Bragal” «ser reconhecido pelo público, mas também pela crítica».
Também a sua esposa, Manuela Cerca, salienta que desde a abertura do restaurante que um dos «objectivos principais» foi o de que «ele não fosse apenas mais um», destaca. «É uma coisa com que qualquer pessoa sonha. É um prestígio enorme e é um “abrir de portas” a outros públicos», afirma, visivelmente entusiasmada, a também chefe de cozinha do “Casas do Bragal” há ano e meio. De resto, considera que, «todo o turista com poder de compra já não sai de casa sem o “Guia Michelin”», realça. Afinal de contas, «não é todos os dias que se é reconhecido pela “bíblia” da restauração como um dos 24 melhores restaurantes nacionais. É um privilégio que não está ao alcance de todos», reforça Alves Martins. Apesar de satisfeitos, os responsáveis estão conscientes de que não pode haver descuidos, sob pena de lhe ser retirado algum talher ou do estabelecimento sair mesmo do guia na próxima edição. «É uma enorme honra e também mais um desafio para manter, pelo menos, a mesma classificação porque tanto se entra como se sai», reconhecem. Também pela primeira vez, o “Casas do Bragal” surge no Guia Repsol 2007/2008 e no Guia do “Voyager pratique”, igualmente da Michelin, totalmente escrito em francês, e que no último Verão trouxe turistas suíços, franceses, belgas, espanhóis e também emigrantes portugueses que se apresentaram com o «livro debaixo do braço», revela Alves Martins. Um aumento do número de clientes que se traduziu também num acréscimo da facturação.
Ricardo Cordeiro