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Casa da Memória à espera de financiamento

Mediateca da Guarda vai ser substituída por novo equipamento que «pode desempenhar uma função mais importante para a cidade»

O avançar do projecto da “Casa da Memória, da Identidade e do Património”, que ocupará o espaço onde actualmente funciona a Mediateca da Guarda, apenas está dependente da aprovação das candidaturas a fundos comunitários apresentada pela autarquia. O vereador da Cultura na Câmara da Guarda garante que o espaço, inaugurado em Novembro de 1999 e que representou um investimento de 1,2 milhões de euros, vai ser reconvertido por haver outros equipamentos na cidade que desempenham funções idênticas e não por causa da pouca afluência dos guardenses.

De acordo com Virgílio Bento, a média mensal de utilizadores da Mediateca VIII Centenário é de 500 pessoas e «só na última terça-feira» cerca de 50 recorreram a uma das várias valências disponibilizadas pelo equipamento. «Este meio milhar de frequentadores é um número que se tem mantido nos últimos dois a três anos», acrescenta, considerando esta média «razoável, atendendo à democratização das novas tecnologia». Mas o também vice-presidente da Câmara acha que, «nos dias de hoje, pode assumir uma função culturalmente mais importante, dado que a cidade tem outros equipamentos culturais que desempenham funções idênticas». Aliás, a reconversão da Mediateca «não acontece por falta de público, mas por acharmos que o edifício pode desempenhar uma função mais importante para a cidade», justifica. A «enorme» evolução tecnológica dos últimos 10 anos obrigará mesmo a autarquia a readaptar a Mediateca, que terá futuramente uma nova função, a desenvolver de «forma pacífica».

De resto, apesar da vertente de serviço educativo ter passado para o TMG, «porque não fazia sentido haver a mesma valência em dois espaços diferentes», a Mediateca tem continuado a funcionar como «cyber-café, acesso à Internet e Fonoteca, com a consulta e audição de CD’s». Por outro lado, «há possibilidades de reutilizar o seu equipamento», sendo que algum deverá mesmo ser deslocado para a nova biblioteca municipal, cuja inauguração está agendada para 27 de Novembro deste ano. O investimento previsto para a Casa da Memória ronda os 800 mil euros, tendo a autarquia apresentado candidaturas aos fundos comunitários. Uma ao programa de cooperação territorial transfronteiriça Portugal-Espanha (antigo Interreg) e outra elaborada no âmbito da Comunidade Urbana das Beiras. «Estamos à espera que seja aprovada para termos os meios financeiros que nos permitam realizar este projecto e dar uma nova função a um equipamento de qualidade, digno e que está localizado num espaço nobre da cidade», explica.

Virgílio Bento considera que «faz falta um espaço que dê a conhecer a cidade e o concelho» de uma forma «directa, imediata e atractiva», sempre com as novas tecnologias bem presentes. Em suma, pretende-se que a futura Casa da Memória seja um «arquivo histórico vivo da Guarda», onde estarão concentradas a «cultura popular, a tradição», bem como o património da cidade e do concelho. Este novo espaço de «divulgação e promoção cultural» da Guarda vai apresentar um conjunto de temas que serão trabalhados «de uma forma contemporânea, de acordo com as novas tecnologias» e onde os “cinco F’s” – forte, farta, fria, fiel e formosa – estarão em destaque, aos quais se juntará o F «de cidade do futuro». A Mediateca da Guarda foi inaugurada em 27 de Novembro de 1999, dia em que a cidade mais alta comemorou 800 anos de existência.

Ricardo Cordeiro

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