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Carvalho Rodrigues perde a paciência na Assembleia Municipal da Guarda

Presidente da AM mandou calar Álvaro Amaro por não cumprir os tempos de intervenção e ameaçou abandonar aquele órgão autárquico por causa da troca de galhardetes entre deputados

A última Assembleia Municipal da Guarda, realizada na sexta-feira, ficou marcada por momentos de alguma crispação entre o seu presidente, os deputados e Álvaro Amaro. A tal ponto que Carvalho Rodrigues chegou mesmo a ameaçar abandonar a presidência daquele órgão autárquico agastado por o autarca não cumprir o seu tempo regulamentar e com as trocas de galhardetes entre eleitos.

Tudo aconteceu após cerca de quatro horas de sessão e numa altura em Álvaro Amaro respondia a uma interpelação do deputado socialista Armando Reis que pediu a lista de todos os serviços externos contratados pelo município. Numa primeira tentativa, Carvalho Rodrigues solicitou ao presidente da Câmara para acabar a sua intervenção, que já ia em mais de 19 minutos, porque «está a falar há muito tempo sobre a mesma coisa». Álvaro Amaro prometeu terminar mas voltou a alongar-se na resposta a outro socialista. Carlos Santos tinha elogiado a retoma dos trabalhos entre a Guarda e a Covilhã na linha da Beira Baixa, mas aproveitou a oportunidade para recordar uma notícia de O INTERIOR quando os deputados do PSD na Assembleia da República votaram contra o recomeço da empreitada. Álvaro Amaro não gostou da referência e demorou mais algum tempo a justificar que «foram os senhores [os socialistas] que abandonaram a modernização daquele troço», o que não agradou ao presidente da AM. Carvalho Rodrigues interrompeu-o novamente, dizendo que já falava há 54 minutos no que considerou «um péssimo exemplo porque quem nos está a ver pela Internet constata que é possível furar as regras todas».

Mas ainda não foi dessa que Álvaro Amaro se calou. Pouco depois, a ira de Carvalho Rodrigues subiu de tom já o edil lamentava que João Pedro Borges não tivesse pedido desculpas por ter dito que o Tribunal de Contas tinha chumbado a internalização dos funcionários das empresas municipais, o serviço de recolha do lixo e o plano de saneamento financeiro da autarquia. «Acabe já», interrompeu-o o presidente da AM, ameaçando que «se isto se torna uma conversa de café vou-me embora». Mas Álvaro Amaro não foi único alvo da exasperação de Carvalho Rodrigues, também o deputado socialista António Monteirinho ouviu uma rabecada já no período da ordem do dia, quando se discutia a internalização dos trabalhadores das empresas municipais no quadro da Câmara, após considerar com ironia que «os tempos áureos» de Álvaro Amaro já tinham passado. «Cinjam-se à matéria de facto, senão não me têm cá como presidente da Assembleia Municipal», ameaçou de novo. Carvalho Rodrigues acrescentou mesmo que «isto está a decorrer de uma forma que vocês, que são profissionais disto, deveriam ter vergonha», criticou.

Cerca das 12h45, o presidente da AM abandonou a sessão… devido a compromissos profissionais e foi substituído por Vítor Lavajo. A Assembleia prosseguiu durante a tarde.

Luis Martins «Acabe já [para Álvaro Amaro]. Se isto se torna uma conversa de café vou-me embora», ameaçou Carvalho Rodrigues

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