«Há quatro anos a população votou maioritariamente contra quem se senta hoje na cadeira da presidência da Câmara. Esse descontentamento continua porque nada melhorou em Manteigas, antes pelo contrário», garante Esmeraldo Carvalhinho, que o PS vai recandidatar nas próximas autárquicas e apresentou na segunda-feira. Derrotado por um voto em 2005, o actual vereador acredita que as circunstâncias até são mais favoráveis à mudança numa autarquia liderada pelo social-democrata José Manuel Biscaia há quatro mandatos.
«Hoje, há , considera Esmeraldo Carvalhinho, para quem o desemprego nos têxteis originou o fim de mais postos de trabalho noutras áreas, como o comércio. Uma situação pela qual responsabiliza a maioria social-democrata, cujo «“sonambulismo” e passividade» não terá sido capaz de «acautelar» a crise da indústria predominante no município e os seus efeitos na população. Em consequência, há um «autêntico êxodo dos manteiguenses por falta de alternativas». O candidato sustenta também que este mandato «acentuou ainda mais o imobilismo de quem tem gerido a Câmara há 15 anos», nomeadamente o «esbanjamento dos dinheiros públicos sem qualquer proveito para a população e sua qualidade de vida», critica. Para o socialista – que voltará a ter José Manuel Biscaia como adversário –, a maioria não soube desenvolver o potencial termal do concelho, «que foi ultrapassado por Unhais da Serra».
Crítico, Esmeraldo Carvalhinho garante que as opções estratégicas da maioria têm sido «desastrosas» e denuncia «investimentos direccionados para projectos que só servem alguns em particular e outros que não servem a ninguém, consomem o orçamento sem resolver os verdadeiros problemas do concelho». De resto, «os projectos e intenções são os mesmos nos últimos 10 anos», sendo que os que foram concretizados «saíram do programa da candidatura do PS, como os apoios aos jovens estudantes, o piso sintético do estádio municipal ou a definição de valências no projecto de recuperação da Aldeia Fabril de São Gabriel, que ainda não passaram do papel», adiantou.
Admitindo estar agora «mais familiarizado» com os problemas de Manteigas, Esmeraldo Carvalhinho socorre-se da metáfora do principado do Mónaco – em que Biscaia prometeu transformar o concelho – para constatar que «só é principado para quem usa o poder, tem côrte, séquito, vassalos e um povo servidor que passa mal e espera por melhores dias», ironizou. Pela sua parte, promete tornar o turismo o «sector estratégico» para o futuro do município serrano, além de fazer aprovar «rapidamente» o Plano Director Municipal e os Planos de Ordenamento das Penhas Douradas, «adormecidos há 10 anos».
Luis Martins