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Carlos Xistra é arguido «tranquilo» no caso “Apito Dourado”

Árbitro covilhanense diz ter sido «“apanhado”» numa conversa telefónica entre terceiros

Carlos Xistra garante estar de consciência tranquila. O árbitro covilhanense é um dos 171 arguidos que vão constar na acusação do caso “Apito Dourado”, processo relacionado com corrupção no futebol. Da extensa lista, revelada pelo “Correio da Manhã” na edição da última sexta-feira, constam várias figuras ilustres do futebol português, como Pinto da Costa e Valentim Loureiro, para além de oito árbitros de primeira categoria, três assistentes internacionais e ainda o presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol.

Em declarações à TSF, Xistra, que em 2003/04 foi o melhor do ano, assegura nada temer, confirmando ser arguido neste “megaprocesso” e ter sido notificado em Fevereiro. «Na altura fiquei um pouco surpreendido e intranquilo, mas depois de ser ouvido e esclarecidos os factos fiquei perfeitamente à vontade, calmo e sereno», assevera. O árbitro indica que o seu nome surgiu no caso depois de ter sido referido numa conversa telefónica entre terceiros escutada pela polícia: «Penso que não é nada de importante. Fui “apanhado” numa situação que tinha que ser esclarecida e que o foi. Acho que não haverá matéria para que o meu caso continue», considera, garantindo não ter sido alvo de escutas telefónicas. Carlos Xistra acrescenta que o seu nome só surge porque, «pura e simplesmente, é um dos nomes sonantes do futebol e que ainda não tinha sido divulgado». Apesar desta situação, o juiz covilhanense garante que não vai abandonar a arbitragem. «Cada caso é um caso e cada um pensa pela sua cabeça. No meu caso pessoal, penso que seria irrisório e caricato que, pelo facto de estar constituído arguido, suspendesse a actividade», realça.

De resto, também Luís Guilherme, presidente da Comissão de Arbitragem da Liga de Futebol, já veio dizer que os árbitros arguidos no âmbito deste processo vão continuar a ser nomeados até que seja provada a sua culpa. «Os regulamentos são claros e, de acordo com os princípios de justiça, as pessoas são inocentes até prova em contrário», afirmou, em declarações à Rádio Renascença. De acordo com o “Correio da Manhã”, Carlos Teixeira, o magistrado do Ministério Público no Tribunal de Gondomar responsável pelo inquérito sobre a corrupção no futebol, deverá ter a acusação concluída antes das eleições autárquicas, agendadas para 9 de Outubro.

Ricardo Cordeiro

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