Arquivo

Carlos Sacadura na aventura

EX-ALUNOS

Através dos passeios organizados pelo INATEL formámos, na Guarda, um conjunto de “BTTistas” com profissões e estilos de vida completamente diferentes. Iniciámos pelos passeios domingueiros em volta da cidade, evoluímos para a participação em maratonas, como os 100 Km, de Portalegre e, de momento, deliramos por uma boa travessia de vários dias.

As nossas expedições, se assim as quisermos chamar, já nos levaram a percorrer de bicicleta o “Caminho Português de Santiago de Compostela”, a realizar a “Travessia da Serra de Guadarrama”, a “Travessia dos Pirenéus” e, de momento, estamos a realizar a “Travessia de Portugal”.

Receber a Compostela (certificado que comprova que realizamos o caminho que leva ao sepulcro do apóstolo Santiago no monte Libradón) é um imperativo para qualquer “BTTista”, razão pela qual foi a nossa primeira “expedição” no Verão de 2007. Imbuídos do sentido peregrino, pedalámos 4 dias em autonomia (sem carro de apoio), durante 320 km, desde Albergaria até Compostela, pelo suposto caminho português. Ficámos alojados nos albergues e fizemos jus à máxima “o Peregrino não exige, agradece”.

A Serra de Guadarrama situa-se a norte de Madrid, tem uma orografia que se desenvolve entre os 900 e os 2.400 m de altitude. Durante 3 dias, carregámos nas bicicletas todos os nossos pertences e dormimos ao ar livre. Esta aventura teve também a particularidade de realizarmos parte da 2ª etapa durante a noite.

A “Travessia dos Pirenéus em BTT” é um compromisso sério! Esta aventura tem como objectivo ligar o Mar Mediterrâneo ao Oceano Atlântico. Por falta de tempo disponível, apenas realizámos 7 das 16 etapas, desde Lançá (0 m) junto ao Mediterrâneo até Torre de Cabdela (1.100m), atingindo na última etapa a cota máxima de altitude aos 2.250m. Desta feita, não fomos em completa autonomia, levámos connosco 2 amigos que, de carro, nos trataram da logística de etapa para etapa (montar e desmontar tendas, confeccionar a alimentação…) e proporcionaram ao 4 BTTistas todas as condições para descansar entre etapas. Optámos por pedalar durante a manhã, para depois descansar no período da tarde. Esta rotina levou-nos a despertar todos os dias às 5 da manhã e almoçar às 2 da tarde para depois, após reparadas e preparadas as bicicletas para a etapa seguinte, nos dedicarmos à nobre actividade da sesta.

Por último, realizámos as 3 primeiras etapas da “Travessia de Portugal”: Bragança – Vilar Formoso (com regresso à Guarda no Comboio regional, que nos permite viajar juntamente com as bicicletas). Após esta pequena epopeia, confirmámos «in loco» o slogan «Vá para fora cá dentro», pois a beleza e a dureza destas etapas ombreiam com as melhores paisagens e trilhos existentes na Península.

Carlos Sacadura*, 34 Anos

*Carlos Sacadura é Coordenador Técnico da AFG e Animador Desportivo na Delegação da Guarda do INATEL

Sobre o autor

Leave a Reply