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Carlos Pinto negoceia com donos das casas de zinco nas Penhas da Saúde

Autarca está empenhado em ter turismo de qualidade na Serra da Estrela e vai abrir concurso público para as infraestruturas básicas

O presidente da Câmara da Covilhã deverá começar a negociar em Fevereiro com os proprietários das 170 casas de zinco dispersas por toda a zona das Penhas da Saúde. O anúncio foi feito a “O Interior” por Carlos Pinto a propósito da requalificação turística daquela área da Serra da Estrela, que ganhou um novo impulso na semana passada com o protocolo de ampliação da Pousada da Juventude, homologado pelo secretário de Estado da Juventude, Pedro Duarte.

«Pretendemos negociar com os proprietários algumas das ideias que temos pensadas e que possibilitam conciliar o direito das pessoas manterem a sua residência secundária nas serra com a resolução de um problema inestético para a zona», adianta o edil, sem querer especificar quais as soluções previstas. No entanto, e pelo que “O Interior” apurou, uma das opções poderá passar pela demolição das casas. Em troca, os proprietários beneficiariam de novas habitações de montanha no âmbito do complexo de 600 “chalets” que a Turistrela – concessionária do turismo na Serra da Estrela – ali pretende construir. Trata-se de um projecto que contempla ainda um casino, mais duas unidades hoteleiras, um pavilhão polivalente, um posto de saúde e outro da GNR, zonas de comércio e de lazer com bares, minimercado e piscinas, num investimento estimado em cerca de 35 milhões de euros. Contudo, os proprietários apenas poderiam utilizar estas casas em determinados períodos do ano e disponibilizá-las noutros à Turistrela para esta as alugar aos turistas, num regime semelhante ao praticado nas zonas balneares.

Mas existem outras hipóteses, como a reconversão das casas ou a sua demolição e transferência para outra zona. Entretanto, Carlos Pinto deverá abrir no primeiro trimestre deste ano o concurso público para as obras de infraestruturas básicas na zona envolvente às piscinas das Penhas da Saúde. «Vamos dar sequência ao projecto de infraestruturas depois da realização do Plano de Urbanização previsto para o local. É nossa obrigação lançar as infraestruturas e dar depois oportunidade a que os investimentos privados e da Turistrela tenham lugar», sustentou Carlos Pinto, sublinhando a importância de «salvaguardar a qualidade do turismo» naquela zona da serra. A construção das infraestruturas básicas, como arruamentos, água, iluminação, telefone e saneamento, deverá ser feita através da candidatura «a uma outra medida comunitária», adianta o coordenador da Acção Integrada de Base Territorial (AIBT) da Serra da Estrela, Lemos dos Santos, uma vez que esta estrutura já esgotou a verba de 33 milhões de euros atribuída em 2000 para desenvolver acções até ao próximo ano. O reforço de 50 por cento da verba inicial reclamado pela AIBT apenas deverá acontecer «no final deste III QCA», supõe o responsável. «Mas até lá, é natural que o presidente da Câmara não fique parado e avance para outras soluções para concretizar as obras necessárias à requalificação das Penhas da Saúde», sublinha Lemos dos Santos.

Liliana Correia

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