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Carlos Pinto e Santinho Pacheco trocam galhardetes por causa de hospital central

Governador Civil da Guarda acusa presidente da Câmara da Covilhã de «fanfarronice política» em resposta a críticas do autarca

O presidente da Câmara da Covilhã continua a exigir a elevação do hospital da cidade a unidade central e não deixou passar em claro as declarações do Governador Civil da Guarda a contestar essa vontade. Carlos Pinto abordou o assunto na última reunião da Assembleia Municipal, onde foi aprovada, por unanimidade, uma moção do social-democrata Bernardino Gata para tornar o Centro Hospitalar da Cova da Beira num hospital central.

Recorde-se que depois do edil covilhanense ter exigido o reconhecimento do CHCB como unidade hospitalar central durante as comemorações do 25 de Abril, realizadas na Coutada, Santinho Pacheco veio sugerir moderação ao autarca, já que a decisão devia ser tomada em consonância com os hospitais da Guarda e de Castelo Branco. Num tom inflamado, Carlos Pinto criticou a postura de «quem tem a perspectiva de que não temos que ambicionar isso, como é o caso dessas figuras tristes da política portuguesa que são os Governadores Civis, que se permitem dirigir a um presidente de Câmara dizendo que a sua expressão política em representação do povo é de estar em bicos dos pés. Que parolice esta!». De resto, «nem a ministra da Saúde, que sabe que o presidente da Câmara da Covilhã defendeu o hospital central, se permitiu vir dizer que disparate», reforçou. O autarca garante mesmo que «esta é uma guerra que temos de ganhar», reiterando que «precisamos de um hospital central e não é a figura de um Governador Civil que me vai conter nesta luta que abrimos e que vamos ganhar», sublinhou.

Nesse sentido, apontou algumas mais-valias da Covilhã, como «a centralidade, a Faculdade de Ciências da Saúde e uma dinâmica de prestação de cuidados de saúde sobre as quais não tenho dúvidas», declarou. Dirigindo-se aos deputados municipais, atirou mais uma “farpa”: «Senti pena do Governador Civil da Guarda por ter tentado responder-me nos termos em que o fez, de falta de nível, como se eu estivesse a exorbitar e ele estivesse dentro das suas competências», ironizou. Aconselhou, por isso, os Governadores Civis da Guarda e Castelo Branco a fazerem «os relatórios sobre a segurança, os acidentes, o diz que disse e a trica dos distritos e fiquem aí caladinhos. Não têm base legitimada para fazer o que andam para aí a fazer», criticou. A O INTERIOR, Carlos Pinto esclareceu que se limitou «a pedir uma coisa para a região e o Governador Civil da Guarda é que veio criticar-me, de forma mal educada».

Confrontado com estas declarações, Santinho Pacheco respondeu que «se quisesse descer ao nível de argumentação utilizado pelo presidente da Câmara da Covilhã eu perguntaria como é que se chama a uma pessoa que vem responder a parolices?». E criticou o facto do autarca ter posto em causa a legitimidade de um Governador Civil falar sobre este assunto: «Eu pergunto que legitimidade tem ele, como presidente de Câmara, para impor a localização de algo que não é da sua competência, mas do Governo e da Administração Central. É abusivo e uma espécie de fanfarronice política», considerou, avisando que a Guarda «não aceita entrar em qualquer parceria que nos seja imposta». Para Santinho Pacheco, esta é mais uma questão de «bairrismos doentios», argumentando que «não podíamos ficar calados e consentir que a Guarda fosse tratada como uma espécie de anexa da Covilhã, que não é, nem deixaremos nunca que seja».

Além do mais, «às vezes, há muitas ideias boas que ficam pelo caminho devido a essa fanfarronice política de quem se acha maior do que é na realidade», criticou. De resto, sobre esta matéria, o responsável guardense reiterou que «tem tanta legitimidade a Assembleia Municipal da Covilhã como a de Celorico da Beira. Isto é brincar com hospitais centrais». E para que fique claro, recordou que é «o representante do Governo no distrito e represento o distrito perante o Governo», daí assegurar que não exacerbou nenhuma das suas competências: «Quem ultrapassou as suas competências foi o presidente da Câmara da Covilhã, cuja reacção intempestiva vêm manchar uma relação», lamenta, garantindo que a Guarda «não dá para esse peditório».

Ricardo Cordeiro Discórdia sobre localização do eventual futuro Hospital Central parece estar longe do fim

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