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«Carlos Pinto é insubstituível»

Cara a Cara – Entrevista

P – Quais são as maiores carências do município da Covilhã nas áreas de vereação que vai assumir?

R- Apesar de só agora ter assumido estas áreas, trabalho com elas há cerca de três anos. Portanto, não constituem novidade. No que diz respeito à Educação há, por parte do Ministério, uma grande indecisão: não se sabe o que é se quer do ensino em Portugal. As autarquias, através da Associação Nacional de Municípios, têm vindo a chamar a atenção para a transferência de competências, que não está bem definida. Há um clima de indecisão muito grande – não sabemos se as escolas fecham ou não, se vai haver Centros Escolares – que não permite perceber qual é a melhor política para esta área. Na Saúde, assiste-se à concentração de hospitais e centros de saúde nos grandes centros. É complicado para um habitante de São Jorge da Beira ter de se deslocar tantos quilómetros para ter direito a uma saúde digna. Isto depois de se ter trabalhado tantos anos no sentido de descentralizar os serviços de forma a estarem mais perto das populações. Na acção social quase tudo está entregue a Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). Mas a Câmara tem procurado responder às necessidades das pessoas carenciadas, numa altura em que o encerramento das empresas é uma constante. Por outro lado, assiste-se a outro problema: a necessidade e a pobreza escondidas, que não nos deixam perceber a real dimensão das carências sociais do concelho. A autarquia criou as Lojas Sociais e tem um sector específico dedicado à acção social, que trabalha permanentemente para tentar colmatar as dificuldades da população. De resto, penso que a Segurança Social, a nível nacional, não está a responder da melhor maneira e ainda não percebeu qual a real dimensão dos problemas das pessoas. Na área da juventude, temos um país onde as politicas não estão bem definidas – qualquer coisa serve para fazer “show off”.

P – E de que forma é que a autarquia pode intervir para solucionar esses problemas?

R – Temos procurado proporcionar as respostas às necessidades da população e tudo aquilo a que não consegue ter acesso, como espectáculos gratuitos. Depois, a nossa preocupação é a escolas – muitas vezes queremos fazer obras para resolver problemas e a DREC não deixa, porque a política é encaminhar para os Centros Educativos sem que realmente se assuma esse rumo. Mas hoje temos um óptimo parque escolar, boa organização nos transportes escolares e no serviço de refeições. No fundo, tentamos dar as respostas que o Governo não dá. No Desporto deixou de haver subsídios do Instituto do Desporto há vários anos, pelo que os clubes fazem o trabalho que competiria, constitucionalmente, ao Estado com o apoio das Câmaras. A autarquia tem feito um esforço muito grande – apesar das dificuldades financeiras – para apetrechar as sedes destas colectividades e criar bons polidesportivos. Na área social proporcionamos vários apoios, sobretudo através do Cartão Social do Idoso e apoiamos as IPSS na construção de infraestruturas sociais. Na cultura, temos promovido todo o tipo de espectáculos e iniciativas.

P – Vai limitar-se a fazer gestão corrente, uma vez que o mandato está prestes a terminar?

R – Não. Como já referi, desenvolvo estas funções há três anos. No fundo, trabalhei estas áreas quase com a autonomia que vou ter, a partir daqui, como vereador – o que não significa que, a partir de agora, faça aquilo que quero. Trabalhamos em equipa, coordenados pelo presidente da Câmara, e todas as situações são debatidas e estudadas.

P – Carlos Pinto disse que, enquanto chefe de gabinete, já era praticamente vereador. Agora, enquanto vereador, é quase presidente…

R – Não. De forma alguma. No dia em que tomei posse, disse uma frase que a comunicação social escondeu. Para mim, Carlos Pinto é simplesmente o melhor presidente da Câmara da história da Covilhã, é insubstituível. Independentemente de quem vier a seguir e das capacidades que possa demonstrar, muito dificilmente chegará perto daquilo que é o actual presidente da Câmara. É quase impossível! É um grande privilégio ter integrado a equipa dele. De resto, só não fui vereador mais cedo porque perdemos um vereador aquando das últimas eleições. Fui convidado para a equipa para ser vereador, não para ser adjunto.

P – Aspira a novos protagonismos na politica concelhia?

R- Não digo que sim nem que não. Gosto muito da política e do trabalho que estou a desempenhar, embora seja desgastante. Penso que, neste momento, a Câmara da

Covilhã tem uma equipa com pessoas muito válidas. E o PSD tem, a nível concelhio, quem possa dar ao partido e à cidade coisas melhores do que eu próprio. Mas não sabemos o dia de amanhã. O certo é que não me sobrevalorizo, só vou para aquilo que sou capaz.

P – Em 2009, quem será o seu candidato?

R – Sem qualquer dúvida, o meu candidato continua a ser Carlos Pinto, assim ele o queira.

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