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«Carlos Peixoto já preside à Distrital do PSD há tantos anos que o seu projeto estará esgotado»

Cara a Cara – Ângela Guerra

P – É candidata à presidência da Distrital do PSD da Guarda. Porque decidiu avançar?

R – Porque considero que é possível fazer um caminho diferente do que esta Distrital seguiu nos últimos quatro anos. É possível dar mais atenção às pessoas, ao nosso território e às concelhias. E é, obviamente, possível acompanhar e coordenar bem melhor as áreas que mais tocam o nosso distrito, como a saúde, a agricultura, a educação, o nosso tecido empresarial e até o comércio e o turismo. Sempre, mas sempre, com a necessária articulação com as autarquias, os seus órgãos dirigentes e os seus projetos comuns nos órgãos intermunicipais, mas também em absoluto respeito pelas decisões e projetos das concelhias eleitas pelos militantes de base.

P – Quais são os seus apoios?

R – São muitos, felizmente. São de todas as concelhias, de todas as idades e de todas as áreas profissionais e do saber. Confesso que prestei muita atenção na escolha que fiz das pessoas para integrarem a nossa lista, no sentido de que pudesse ver na sua representação o contacto direto com a sociedade civil, com a economia local, com os serviços, com os postos de trabalho existentes na diversas áreas e sem grande dependência da política local ou nacional. São pessoas livres nas suas opções e pensamento.

P – E qual é o seu projeto?

R – O meu projeto consiste essencialmente em dar maior e melhor visibilidade ao distrito da Guarda, em considerar a opinião de cada um dos nossos militantes. Vou também considerar e respeitar as decisões de todas as concelhias e dos seus órgãos eleitos, além de estar junto das pessoas, de ouvir os seus problemas e os seus anseios e tentar encontrar soluções de proximidade. Quero dar toda a importância e acompanhar de perto as medidas para o necessário apoio ao envelhecimento ativo e saudável da nossa população, mas também aos nossos jovens que infelizmente nem sempre encontram soluções de futuro nas suas terras. Quero garantir e reivindicar um acompanhamento maior e melhor no acesso à saúde de todos os nossos cidadãos e não apenas daqueles que têm possibilidades económicas. Vou acompanhar de perto a difícil situação económico-financeira das nossas Associações de Bombeiros e todas as questões inerentes à recuperação dos territórios afetados pelos incêndios e a imperiosa ajuda a essas populações.

Quero ainda afirmar o nosso território no contexto nacional, criando oportunidades e acrescentando valor. Vamos ter de trabalhar muito e todos os dias. Esse é o projeto e simultaneamente o desafio. E, naturalmente, trabalhar afincadamente para o PSD ganhar as eleições Europeias e Legislativas que se avizinham.

P – Que balanço faz da liderança de Carlos Peixoto, que se recandidata a um terceiro mandato?

R – Em termos gerais diria que o meu colega Carlos Peixoto já preside à Distrital há tantos anos que o seu projeto estará esgotado. Não me parece que haja nada de novo que ele possa propor agora que não o pudesse já ter feito durante estes longos mandatos.

P – O que a distingue do seu adversário?

R – Nada me move pessoalmente contra ninguém, mas, naturalmente, somos pessoas muito diferentes na forma de estar, de pensar e de fazer. E por fim, a maior, mas também a mais óbvia das diferenças: sou mulher. As mulheres têm demonstrado que também na política têm uma forma diferente de trabalhar, de organizar equipas e de estar junto das pessoas. Somos mais sensíveis aos problemas das pessoas e também conseguimos ser bastante mais determinadas na sua solução.

P – Ângela Guerra corporiza uma segunda via no PSD Guarda?

R – Só há um PSD no distrito da Guarda e só há um PSD em cada um dos seus 14 concelhos. Assim como também só há um PSD a nível nacional. Somos um grande partido feito de gente com muita vontade de trabalhar pelo nosso território, pelas pessoas e pelo país. Temos demonstrado isso mesmo ao longo da nossa história.

P – Nestas eleições “corre-se” também por um lugar na lista social-democrata para as legislativas de 2019?

R – Não necessariamente, embora a Distrital tenha estatutariamente responsabilidades também nessa matéria.

Perfil:

Naturalidade: Pinhel

Idade: 44 anos

Profissão: Advogada

Currículo: Licenciatura em Direito; pós-graduação em Direito dos Contratos; pós-graduação em Registos e Notariado; presidente da Assembleia Municipal de Pinhel; membro da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Pinhel; presidente da Delegação da Ordem dos Advogados na Comarca de Pinhel; diretora de Departamento Administrativo e Financeiro do Município de Almeida; e deputada na Assembleia da República desde 2011, tendo integrado a direção do grupo parlamentar do PSD durante cerca de 6 anos e pertencido a várias comissões parlamentares e grupos de trabalho. Foi relatora da Comissão de Inquérito Parlamentar dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.

Livro preferido: “A Pérola”, John Steinbeck; “A Esfinge”, Robin Cook; e “O Perfume”, Patrick Süskind.

Filme preferido: “Out Of Africa” (África Minha)

Hobbies: Ler, caminhar e acompanhar os trabalhos de algumas entidades e ONG’s na área dos direitos humanos, ultimamente, uma em particular a WFWP (Women’s Federation for World Peace).

Ângela Guerra

Sobre o autor

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