A diferença não deixa dúvidas. Carlos Filipe Camelo é o candidato do PS à Câmara de Seia nas autárquicas deste ano. Nas eleições directas promovidas pela concelhia, na passada sexta-feira, para escolher o possível sucessor de Eduardo Brito na edilidade, o actual vice-presidente do município somou 163 votos contra 34 de António Maximino, coordenador da Equipa de Apoio às Escolas do Distrito da Guarda (ex-CAE).
O vencedor destas eleições, pouco habituais, confessa que a acentuada diferença de votos não o surpreendeu, dizendo que o resultado já era «mais ou menos esperado, dado o contacto» mantido com os militantes e que «deixava antever que fosse uma votação próxima da que aconteceu». Assim, o que mais surpreendeu Carlos Filipe Camelo foi mesmo a «participação maciça» dos socialistas, uma vez que das 247 pessoas que podiam exercer o direito de voto, votaram 200, tendo-se registado ainda três votos em branco. O vice-presidente de Eduardo Brito, que anunciou em Setembro não se recandidatar, realça a «maturidade cívica e política» dos militantes que participaram nesta votação e que «fizeram história, não só pela forma como escolheram o candidato socialista à Câmara, mas essencialmente pelo forte afluxo ao acto eleitoral». De resto, também a forma como decorreu a campanha foi para o professor, de 48 anos, «um acto de maturidade de todos os envolvidos neste processo, quer para o interior do partido, quer essencialmente para fora do próprio PS».
Carlos Filipe Camelo considera que a opção do PS para a Câmara fica «mais solidificada», salientando que «quem saiu mais vitorioso deste acto foi a opção que a concelhia tomou», além de que a adesão às urnas veio mostrar ser o «caminho mais certo». O agora candidato defende que o seu nome seria a «opção natural» para suceder a Eduardo Brito, pelos três anos que leva de vice-presidência e pelos anos na vereação desde 1989. Contudo, as directas serviram para conferir «outra força e outro elan» à sua candidatura. Carlos Filipe Camelo estabelece como prioridades fazer uma «governação ao serviço do cidadão e da competitividade» e «uma política de atracção de novos habitantes, investidores e emprego». Fazer de Seia «uma cidade de referência em termos ambientais» é outro dos objectivos de quem assume ter a «obrigação de conhecer o quadro de debilidades e oportunidades» do município.
Ricardo Cordeiro
