Carlos Casteleiro pode vir a ser, pela segunda vez, o candidato socialista à Câmara da Covilhã nas autárquicas de 2013. O médico foi convidado pela concelhia PS na semana passada e faz depender a sua resposta de conversas com José Sócrates e com a «sociedade civil e religiosa do concelho».
A concelhia, liderada por Miguel Nascimento, assegura que o convite é «uma diligência importante para o processo autárquico» e que «corresponde a uma forte convicção da maioria dos dirigentes desta estrutura partidária que assim reafirma a sua posição de liderança sobre a condução da política municipal». Candidato em 1997, Casteleiro confessa-se «extremamente honrado» com o convite dirigido, sustentando que não podia dar uma resposta de imediato: «Nós ouvimos, meditámos e dissemos que há algumas questões importantes e a não ser que fossemos irresponsáveis é que responderíamos rapidamente», sublinhou, explicando que quer falar com o secretário-geral do PS, com o presidente da Distrital e com a sua família antes de tomar uma decisão. Pretende também «ouvir a sociedade civil e religiosa do concelho», nomeadamente empresários, sindicatos, associações, Juntas e as forças vivas. Só depois é que dará a sua resposta definitiva.
«O meu sim só depende de mim e de mais ninguém», sublinhou, avisando que a resposta poderá demorar algum tempo: «Estas coisas não são de uma dia para o outro. Vamos percorrer estes quatro passos e depois diremos de nossa justiça», indicou. O possível candidato confessa que o convite não o surpreendeu «nada», nem por as eleições serem só daqui a três anos: «Não percebo como é que se pode ganhar uma Câmara desta envergadura sem um trabalho de médio/longo prazo. Não nos esqueçamos que há 20 anos que o PSD, com um interregno de quatro, é poder», declarou. De resto, Carlos Casteleiro assume que não vai mudar de atitude na Assembleia Municipal, onde é deputado, nem que para isso se solidarize com posições tomadas por Carlos Pinto, como sucedeu na sessão da passada sexta-feira: «O meu registo será sempre igual. Defender a Covilhã e todos os covilhanenses. É para isso que cá estou», garantiu.
Recorde-se que no final de Outubro, Carlos Martins, presidente da Junta da Conceição e assessor do primeiro-ministro, desafiou Joaquim Morão, actual autarca de Castelo Branco, a liderar a candidatura socialista na Covilhã. Estas movimentações não passaram despercebidas a Carlos Pinto: «Estamos numa época em que nada surpreende, desde o que se passa nos circos até ao que se passa na política», ironizou. De resto, o autarca acrescentou que «o PS da Covilhã já tinha tido a criatividade de convidar o presidente da Câmara de Castelo Branco, pessoa estimável de grande capacidade, mas acho que só o diabo é que se podia lembrar desse convite. Acho que tudo isto resulta da luta de poder e de grupos que estão no PS». E contra-atacou: «Sabe-se lá o que acontece em três anos. Imagine-se que a lei muda e que muitos dos presidentes de Câmara até podem recandidatar-se. Ou até pode haver uma mudança nos municípios, no sentido da sua agregação».
Ricardo Cordeiro 
