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Cardápio de 27 sopas a concurso

Festival de Sopas da Serra da Estrela com recorde de participantes e de sopas

Os seus nomes anunciam verdadeiros tesouros caseiros e inéditos de fazer crescer a água na boca. No IV Festival de Sopas da Serra da Estrela, que vai decorrer domingo no recinto da Adega Cooperativa de S. Paio, em Gouveia, a tradição anda de braço dado com a inovação e a inspiração, mas o segredo está sempre na receita. Este verdadeiro encontro gastronómico, organizado pela Adruse – Associação de Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela, tem este ano um número recorde de inscritos e de sopas, com 27 receitas a concurso nas categorias de “Melhor Sopa do Festival”, “Profissionais de Restauração”, “Outra Sopa” e “Sopa de Castanhas”. Haja apetite, porque não vai faltar por onde comer.

O banquete tem início marcado para o meio dia e meio, mas o melhor é chegar cedo, porque, apesar das doses quase industriais de sopas confeccionadas no local, é muito raro sobrar um pingo. De resto, a organização preparou várias actividades paralelas para que a barriga dos gastrónomos não dê horas antes do tempo. Haverá de tudo um pouco para manter toda a gente ocupada durante o dia, com destaque para os malabares, a animação de rua, os ateliers temáticos e muita música pela Banda Torroselense Estrela D’Alva, o Rancho Folclórico “Cancioneiro de Folgosinho” e o Grupo de Cantares da Escola Evaristo Nogueira. Mas nenhuma destas propostas vai rivalizar com as sopas, aguardadas com grande expectativa por um júri presidido este ano pelo famoso Chefe Silva e mais ainda pelos visitantes. Da ementa constam nomes muito sugestivos, como a Sopa de Castanhas à Camponesa, Sopa de Domingo Gordo (ambas de Maria Ascensão Marques Mendes Martinho) e a Sopa de Bagudos de Feijoca (Joaquim Ambrósio Marques). Ou uma atrevida Sopa de Queijo da Serra, do restaurante “O Italiano”, que também leva a concurso uma Sopa de Míscaros. Há ainda a Sopa de Salsa, apresentada pelo Rancho Folclórico da Casa do Povo de Nespereira; o Caldo Verde Serrano (António Luís Mendes Cardoso); as Sopas Secas e a Camponesa, do Centro de Assistência e Cultura de Vila Franca da Serra.

O Caldo de Farinha (Rancho Folclórico de Paranhos da Beira); a Sopa de Peixe (Vivaventura); a Sopa de Castanhas (Maria do Rosário Pinhanços Valente Pires); o Caldo de Farinha (Junta de Freguesia da Muxagata); a Sopa da Terra (APSRD da Muxagata); a Sopa à Cavador (Fernanda Mendes Pinto Dias); a Sopa de Castanhas com Carne de Porco (Maria Luísa Pinto Dias Lages); a Sopa de Galinha e Castanhas (Maria José Respeita Mendes da Silva); a Sopa de Grão à Moda da Carrapichana (Junta de Freguesia da Carrapichana) e a Sopa à Lavrador (Joaquim Rega Pinhanços), são outras concorrentes. Com designações mais surpreendentes, o Aveludado de Perdiz com Trombetas da Morte (APSRD de Juncais) e o Creme de Urtigas com Trufas (Junta de Freguesia de Juncais) prometem chamar a atenção, enquanto a Sopa Farta de Perdiz com Míscaros (restaurante Escorropicha! Ana) anuncia ao que vem. Mais telúrica deverá ser a Sopa da Terra (Terra Preservada); enquanto os formandos em cozinha do IEFP de Seia propõem sopas de Castanhas, de Caçador, de Peixe, de Coelho com Cogumelos e Castanhas. Um cardápio que não ficar mal a gastronomia da Serra da Estrela e as sopas tradicionais da região. Um novidade desta edição diz respeito ao facto das sopas serem confeccionadas em “stands” individuais devidamente equipados com fogão, banca de cozinha e lava-loica, o destino reservado ao último a chegar desta “viagem” pela gastronomia serrana.

Luis Martins

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