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Capeia é Património Cultural Imaterial desde 2011

Registada em 2011, a capeia “arraiana” é a primeira manifestação cultural imaterial portuguesa inscrita no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial (PCI), após um pedido de inventariação elaborado pela Câmara do Sabugal.

A Comissão para o Património Cultural Imaterial, tutelada pelo Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), justificou a decisão favorável com o facto de se tratar de uma «prática cultural, histórica e territorialmente inscrita» nas comunidades de onze freguesias daquele município. Considera-a mesmo «um reflexo da identidade» de Alfaiates, Aldeia Velha, Aldeia da Ponte, Aldeia do Bispo, Fóios, Forcalhos, Lageosa, Nave, Quadrazais, Rebolosa e Soito, onde tem um «papel de mobilização social e de reforço identitário». Neste território goza ainda de «efetiva transmissão intergeracional, abrangendo não apenas os residentes mas todos os que partilham laços de parentesco e que participam voluntariamente na realização da respetiva “capeia”, desempenhando um papel de extrema importância na preservação da prática». Finalmente, a Comissão regista que esta tradição tauromáquica não revela «intencionalidade de infligir ferimentos ao animal» pelos seus praticantes, lê-se na fundamentação da decisão então publicada em “Diário da República”.

Para a validação deste registo contaram ainda o parecer positivo da Direção Regional de Cultura do Centro e as medidas de salvaguarda e valorização da capeia – de âmbito cultural, patrimonial e científico – preconizadas pela autarquia. Também a fase de consulta pública da inventariação não registou qualquer oposição. A partir de agora, a ficha da capeia “arraiana” está acessível na página eletrónica www.matrizpci.imc-ip.pt, sendo que a sua inventariação será revista de dez em dez anos, podendo ocorrer antes «sempre que sejam conhecidas alterações relevantes, sendo que qualquer interessado pode suscitar, a todo o tempo, a revisão ou a atualização do respetivo inventário». O processo que sustentou o pedido de inventariação foi elaborado pelo gabinete da presidência da Câmara, sob a coordenação do antropólogo Norberto de Oliveira Manso.

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