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«Cantar Galo irá mudar o próprio sentido de freguesia»

Entrevista – Cara a Cara

P – Para o ano, a freguesia de Cantar Galo vai possuir uma nova praça para convívio e lazer. Era uma infraestrutura que necessitava?

R-Sim. É uma estrutura fundamental porque irá funcionar como pólo aglutinador dos quatro bairros que constituem a freguesia e que hoje vivem praticamente isolados. Além disso, vai permitir ainda a realização de actividades lúdicas e funcionar como espaço de lazer. Como irá ficar localizada numa zona privilegiada, sobre a ribeira, vai obedecer a um tratamento paisagístico.

P – Vai portanto tornar o centro da freguesia mais atractivo?

R – Vai melhorar essencialmente a qualidade de vida dos cidadãos.

P – O que falta ainda fazer?

R – A freguesia tem outras carências, nomeadamente em termos de acessibilidades. Apesar de ter sido inaugurada no domingo a estrada do Lameirão para os Penedos Altos, necessitamos de uma ligação do Bairro de S. Domingos para os Penedos Altos e para o Canhoso, mas também de um equipamento onde se possa praticar desporto, já que é uma freguesia com muita população jovem. Temos três colectividades com alguma componente desportiva e precisamos desse espaço, até para promover ainda mais as iniciativas de âmbito cultural e manifestações populares que têm sido produzidas.

P – A freguesia de Cantar Galo, apesar de estar perto do núcleo urbano da Covilhã, possui grandes problemas sociais. Como está o Projecto de Luta Contra a Pobreza?

R – Temos uma zona mais carenciada, que é o Bairro de S. Vicente de Paulo. Tínhamos um projecto de Luta contra a Pobreza “Grão a Grão” que terminou recentemente. Foram recuperadas, também com o apoio financeiro da Câmara, mais de 40 casas que estavam em avançado estado de degradação por falta de intervenção nos últimos 60 anos. Houve também um certo dinamismo e apoio em termos de reinserção social, alguma distribuição de bens, o desenvolvimento de iniciativas para alertar para o alcoolismo e outras preocupações de ordem cívica e o apoio de voluntários que têm acompanhado algumas dessas carências.

P – Era necessário haver mais projectos semelhantes ao “Grão a Grão” na freguesia?

R – Penso que sim. Tínhamos a intenção de nos candidatarmos ao “Grão a Grão 2”, mas a Segurança Social deu prioridade às Juntas de Freguesia que tinham sofrido incêndios no último Verão e por isso não tivemos a oportunidade de integrar uma segunda fase para recuperar ainda mais algumas casas e continuar a desenvolver actividades neste sentido. A Junta de Freguesia terá que continuar a dar esse apoio, a promover iniciativas, a apoiar e a contactar com entidades. Terá que ter essa dinâmica.

P – Que balanço faz da freguesia desde que assumiu a presidência da Junta neste mandato?

R – Penso que mudou muito em vários aspectos: intervenção nas casas, em acessibilidades, iniciativas que possibilitaram uma maior participação da população. Enfim, tem sido um processo dinâmico e são inúmeras as actividades que têm sido desenvolvidas. E após ter-se vivido num certo marasmo com o mandato anterior, tem-se conseguido uma certa gestão de rigor e engenharia financeira com parceria entre várias instituições.

P – E continua com boas perspectivas para o futuro?

R – Sim. A freguesia está mudar e irá mudar o próprio sentido de freguesia quando se recuperar a zona envolvente da ribeira de Cantar Galo. Há perspectivas de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.

P – Irá recandidatar-se nas próximas eleições autárquicas?

R – Ainda não pensei nisso. O mandato é de quatro anos, exige uma certa reflexão e decisão que ainda é cedo fazer. Prefiro realizar esse balanço quando estiver mais próximo das eleições.

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