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Candidatos divergem quanto às contas da Comercial

Passivo superior a um milhão de euros deixa Joaquim Carreira «apreensivo», mas Paulo Manuel contrapõe com o valor do activo

O novo presidente da Associação Comercial da Guarda (ACG) vai ser conhecido amanhã à noite. Paulo Manuel e Joaquim Carreira são os dois pretendentes à cadeira maior e ficaram a saber na última segunda-feira, na Assembleia Geral para aprovação das contas de 2006, que a instituição tem um passivo superior a um milhão de euros e um activo de mais de 1,3 milhões. Um número que, como seria de esperar, suscita posições diferentes dos candidatos.

O relatório de contas de 2006 foi aprovado com 26 votos a favor e quatro abstenções, sendo que a rentabilidade económica e financeira aumentou três por cento e o passivo diminui também na ordem dos três por cento. Pela Lista A, Paulo Manuel salienta que o «activo é superior ao passivo» e que a ACG tem dinheiro a receber de diversas instituições devido aos montantes que foi obrigada a antecipar para poder ter projectos aprovados. Por outro lado, «todos os rácios têm tido uma evolução positiva», daí que, apesar de reconhecer que «não é uma situação fácil», ela está «perfeitamente controlada», sendo que é sempre necessária uma «especial atenção» com os valores. De resto, o empresário diz mesmo que não se «importava nada que a associação tivesse um passivo de quatro ou cinco milhões de euros, desde que o activo fosse muito superior», afirma. «Quanto mais projectos tivermos, mais dinheiro temos que pôr à frente e, assim, o passivo aumenta, mas eles são importantes», garante.

Entendimento completamente oposto tem Joaquim Carreira, da Lista B, que ficou «ainda mais preocupado e apreensivo» com os valores do passivo da ACG, o que, na sua opinião, «só leva a concluir e a dar mais força ao facto de querermos fazer uma auditoria às contas no caso de ganharmos as eleições», recorda. O arquitecto dá como exemplo o valor de 20 mil euros que está previsto alcançar em termos de cobrança de quotas aos associados, um montante que considera «impossível» de poder ser atingido, entre outros factores, porque alguns dos sócios já faleceram. Também em relação à rubrica dos projectos, Joaquim Carreira garante que «alguns não são exequíveis». Por outro lado, o candidato pretende proceder a um «levantamento exaustivo» do património» para saber o que tem «efectivamente» a Comercial guardense.

Carreira admite pedir suspensão do acto eleitoral

Entretanto, numa conferência de imprensa realizada na sexta-feira da semana passada, Joaquim Carreira garantiu que caso continuem «a ser detectadas irregularidades», a candidatura por si encabeçada «não hesitará em solicitar a suspensão do acto eleitoral», realçou. O facto de nos boletins de voto remetidos por correspondência não constarem os nomes dos candidatos e a situação de estarem a ser enviados boletins de voto de cor, quando apenas as segunda e terceira vias devem ser impressas em papel colorido são alguns dos motivos de reclamação. O mesmo se passa com os boletins de voto para a eleição por correspondência que foram enviados juntamente com um convite para os associados participarem na gala dos 100 anos da ACG. Um evento que também motivou criticas na lista de Carreira, uma vez que a ACG foi fundada a 16 de Novembro de 1905, daí que José Borges, candidato a vice-presidente, tenha ironizado que aquela foi a gala dos «101 anos e quatro meses».

Ricardo Cordeiro

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