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Candidatos criticam adiamento da abertura do novo pavilhão do Hospital da Guarda

Todos os candidatos à Câmara da Guarda são unânimes em criticar o adiamento da abertura do novo pavilhão do Hospital Sousa Martins. Álvaro Amaro, cabeça-de-lista do PSD/CDS-PP, diz mesmo que as entidades responsáveis «não devem vincular-se a prazos que não podem cumprir».

O INTERIOR noticiou na última edição que o edifício está pronto mas já não vai abrir este mês, conforme tinha anunciado a administração da Unidade Local de Saúde (ULS) em junho. Desta vez, Vasco Lino, presidente do Conselho de Administração (CA), espera que a abertura aconteça «em novembro ou dezembro» e garante que a situação resulta do atraso na instalação de um aparelho de raio X para a consulta externa e não de um pedido de indemnização de 7,8 milhões de euros do consórcio Edifer/Hagen. Para José Igreja, trata-se de uma «decisão muito grave para a Guarda e para a região», dizendo haver «um atraso consentido e planeado» por parte da ARS Centro para a abertura do novo bloco. «Fiquei surpreendido com a notícia porque nos foi dito, numa visita recente à ULS, que estava praticamente tudo concluído e que a abertura estava para breve», refere o candidato socialista, que, se for eleito, promete «obrigar o Estado a tratar a Guarda como trata Lisboa e Coimbra».

Já Álvaro Amaro também considera que «o que está feito deve ser aberto», mas acrescenta que «deve haver uma explicação que eu desconheço» para este adiamento. «Temos que reivindicar a abertura do pavilhão na defesa dos interesses da cidade e da região. Contudo, na Guarda é useiro e vezeiro preferir-se a cigarra à formiga. Ora, o que é preciso é trabalhar mais e falar menos, é isso que vai acontecer se eu for eleito», afirma. De resto, o candidato da coligação PSD/CDS-PP considera que as entidades competentes «não devem vincular-se a prazos que não podem cumprir», ainda mais quando «há deficiências para suprir e equipamento para entregar». Por sua vez, Mário Martins afirma que a situação faz parte da «estratégia do Governo para fechar serviços públicos essenciais no interior». O cabeça-de-lista da CDU sublinha que vai pugnar pela «defesa intransigente» do serviço público de saúde «com equipamentos mais modernos» e não aceitará que o projeto de requalificação do Hospital Sousa Martins seja «amputado, perca serviços e recursos humanos e técnicos». Mário Martins promete sair «à rua» contra o que se está a passar na unidade guardense e espera que outros candidatos façam o mesmo.

Marco Loureiro, candidato do Bloco de Esquerda (BE), sustenta que a situação é «o reflexo do desinvestimento e da falha das promessas» relativamente à requalificação do Sousa Martins. O cabeça-de-lista recorda que o seu partido «sempre defendeu um hospital de raiz» e constata que «se não se consegue cumprir os prazos da primeira fase, a segunda será claramente uma utopia». Marco Loureiro acusa PS e PSD de terem «enganado os guardenses» e desafia os seus candidatos à autarquia a dizer o que vão fazer se forem eleitos. «O Bloco vai exigir a conclusão integral do projeto de requalificação e ampliação, não daqui a dez anos, mas nos prazos estabelecidos», afirma, garantindo que «alguém» terá que ser responsabilizado pelo que está a acontecer. «O assunto não vai ficar na gaveta se formos eleitos», promete.

Por sua vez, Eduardo Espírito Santo diz não ter ficado surpreendido com o adiamento da abertura do novo bloco do hospital, que diz ser «um conjunto de remendos». O candidato do MRPP também reparte as culpas por PS e PSD, que «andaram a enganar os cidadãos, pois nunca quiseram construir um hospital novo, que seria a melhor solução para a Guarda». Além disso, sustenta que o executivo camarário «nunca foi muito exigente» relativamente a um hospital novo.

Luis Martins

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