Maioria dos nomes que vão concorrer às autárquicas de outubro no distrito da Guarda e Cova da Beira já são conhecidos. Guarda, Mêda e Almeida são três concelhos onde ainda não há certezas.
Quando faltam sete meses para as eleições autárquicas, há concelhos em que os principais partidos ainda não definiram o seu candidato como sucede com o PSD na Guarda e na Mêda ou com o PS em Almeida. A aplicação da lei da limitação de mandatos obriga a alterações em cinco municípios do distrito, havendo outros dois em que os respetivos autarcas optaram por não se recandidatar, daí que seja certo que haverá mudanças em pelo menos sete autarquias.
É o caso de Aguiar da Beira, onde Fernando Andrade não se pode recandidatar e a concelhia do PSD, a que também preside, optou por indicar Fernando Pires. O atual vereador poderá ter como opositor Joaquim Bonifácio, atual presidente da Junta de Freguesia da sede de concelho, que deverá avançar como independente com o apoio do PS, pelo que os socialistas poderão abdicar de um candidato próprio. Rita Mendes, presidente da concelhia local, adiantou a O INTERIOR que esse «é um dos cenários possíveis, mas nada está definido». Almeida é outro dos concelhos em que os socialistas também não têm candidato. O presidente da secção, António Frias, refere que a concelhia «está em processo de organização» e que «não há data prevista» para se ficar a conhecer o candidato que vai tentar destronar Batista Ribeiro. Em Celorico da Beira e Figueira de Castelo Rodrigo já estão definidos os nomes dos candidatos dos principais partidos com os atuais autarcas José Monteiro (PS) e António Edmundo (PSD) a enfrentarem, respetivamente, Manuel Portugal e Paulo Longrouva.
Outra câmara em que o atual presidente não se pode recandidatar é a de Fornos de Algodres, onde o candidato do PSD deverá ser João Carlos Costa, engenheiro que trabalha no IEFP de Viseu, cujo nome já foi aprovado por unanimidade pela concelhia. Do lado do PS avança Manuel Fonseca. Em Gouveia, ainda não há confirmação oficial, mas é praticamente certo que será Luís Tadeu, atual vereador de Álvaro Amaro, o nome que tentará segurar a autarquia para os sociais-democratas. O candidato do PS já está escolhido e é novamente Armando Almeida. Na capital de distrito, José Igreja (PS) é um dos dois nomes já garantidos, a par do independente Baltazar Lopes. No PSD tarda em ser divulgado o candidato (ver caixa) e ainda há a possibilidade de Virgílio Bento também avançar como independente. Em Manteigas, os protagonistas poderão voltar a ser Esmeraldo Carvalhinho (PS) e José Manuel Biscaia, embora o antigo autarca e presidente da concelhia do PSD indique que «só para o final de abril» deverá haver uma decisão.
Na Mêda, o PSD ainda não tem candidato (ver caixa) e a aposta do PS é Anselmo Sousa, atual vereador de Armando Carneiro, que opta por não se recandidatar. Pinhel é outros dos concelhos em que os maiores partidos já escolheram. Para suceder a António Ruas concorrem Rui Ventura (PSD), atual vice-presidente, e José Vital Tomé (independente apoiado pelo PS). O mesmo acontece no Sabugal onde o recandidato António Robalo (PSD) vai a votos com António José Vaz (PS). Em Seia, o socialista Carlos Filipe Camelo recandidata-se e é praticamente certo que o adversário do PSD será Albano Figueiredo. Contudo, o também presidente da concelhia “laranja” apenas confirma que o nome do candidato foi aprovado por «unanimidade» na secção local. Por último, em Trancoso e Vila Nova de Foz Côa também já estão definidos os nomes dos candidatos de PSD e PS. No primeiro caso avança o atual vereador de Júlio Sarmento, João Rodrigues, contra o socialista Amílcar Salvador e, no segundo, o autarca fozcoense Gustavo Duarte terá Fernando Girão (PS) como oponente.
Na Cova da Beira, em Belmonte é onde ainda existem indefinições, pois se Dias Rocha já está confirmado pelo PS, no PSD ainda reina a indefinição e Luís D’Elvas parece ser uma das hipóteses em cima da mesa. Na Covilhã, Carlos Pinto não se pode recandidatar e já há três nomes na “corrida”: Pedro Farromba, atual vice-presidente que avança como independente, Joaquim Matias, pelo PSD, e Vítor Pereira, pelo PS. Já no Fundão, o atual presidente Paulo Fernandes ainda não anunciou oficialmente a sua recandidatura mas é certo que o fará. Pelo PS, terá a oposição do professor José António Domingues.
Candidato do PSD na Guarda já está escolhido
Após vários avanços e recuos, o presidente da Distrital do PSD da Guarda garante que a decisão sobre o candidato do partido à Câmara da capital de distrito «está tomada». Contudo, Júlio Sarmento não adianta o nome proposto. Sábado, na apresentação pública do candidato à autarquia de Celorico da Beira, o dirigente explicou que «o secretário-geral sabe qual é a decisão», que a mesma seguiria para Lisboa na passada segunda-feira e que, «a pedido dos protagonistas, há um pacto de descrição até haver homologação da candidatura». Manuel Rodrigues deverá ter sido o nome proposto ou, caso este tenha recusado, João Prata.
Também na Mêda ainda nada é certo entre os sociais-democratas. O presidente da concelhia laranja refere que o seu nome foi «aprovado» no órgão que dirige e que foi submetido à Distrital «há cerca de três semanas». Contudo, Aurélio Saldanha diz estar «desiludido» com o impasse que «já está a criar alguns constrangimentos, porque urge começar a preparar as listas». Sobre esta situação, o líder da Distrital garante que o caso da Mêda será «o último a resolver», reconhecendo que «há uma indicação da concelhia», mas «naturalmente, como acontece noutros concelhos, há outros protagonistas que também querem» ter uma palavra a dizer. Júlio Sarmento recorda que o PSD é oposição naquele município e, como tal, «há sempre uma pluralidade de pontos de vista que são naturais». «Parte da concelhia não se reviu na posição tomada. É natural que haja muita coisa a cozer para garantir unidade e a escolha mais assertiva, até porque houve uma vitória da concelhia que foi pouco ajustada e há alguma divisão, mas estamos convencidos que a vamos ultrapassar e criar o consenso necessário porque a Mêda é daquelas Câmaras que o PSD pode vir a ganhar se houver unidade no partido», sublinha o presidente da Distrital.
Contudo, Júlio Sarmento indica que «nos próximos 15 dias todos os candidatos serão homologados pela Comissão Política Nacional». Já a sua apresentação vai ocorrer «ao ritmo da vontade dos intervenientes».
Ricardo Cordeiro 
