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Candidato do PS à Câmara de Seia escolhido em directas

António Maximino e Carlos Filipe Camelo vão a votos amanhã entre as 17 e as 22 horas

António Maximino ou Carlos Filipe Camelo, um deles será o candidato socialista à Câmara de Seia nas próximas autárquicas. Numa decisão pouco habitual, a concelhia decidiu delegar nos cerca de 250 militantes, através de eleições directas, a escolha do possível sucessor de Eduardo Brito na edilidade. O escrutínio decorre amanhã entre as 17 e as 22 horas.

Em comunicado, a estrutura local do PS, liderada pelo actual presidente da Câmara, que não se recandidata, considera a decisão de «histórica e de grande respeito pelos militantes», além de «abrir um novo ciclo no que se refere à relação de proximidade e à importância política dos seus militantes». António Maximino decidiu avançar porque, numa altura em que o concelho vive uma «fase de transição», é «preciso um novo fôlego e determinação para se iniciar um novo ciclo com um impulso diferente para o município». O actual coordenador da Equipa de Apoio às Escolas do Distrito da Guarda (ex-CAE) refere três vertentes «fundamentais» nas suas propostas. Essencialmente, «criar condições para que Seia possa potenciar e criar emprego», «catapultar obras candidatáveis ao QREN e concluir um conjunto de infraestruturas e equipamentos», bem como «projectar o concelho com criatividade e inovação». Sobre as directas para se encontrar o candidato, António Maximino é taxativo: «Apesar de não ser uma inovação, como se quer fazer crer, não faço nenhum comentário à metodologia».

Questionado se acredita que o vencedor de amanhã será o próximo presidente da Câmara, o candidato, de 43 anos, sustenta que «se assim não fosse não teria entrado na luta». Quanto à actividade desenvolvida por Eduardo Brito ao longo de 16 anos, o professor considera que a «história se encarregará de fazer essa análise», embora reconheça que é «necessário dar continuidade ao bom trabalho feito nalgumas áreas». Observa, no entanto, que «ninguém é insubstituível». António Maximino foi presidente da concelhia durante oito anos, da JS de Seia (seis anos) e membro da Assembleia Municipal durante 12, não tendo exercido «qualquer cargo político» nos últimos seis anos «por opção». O seu adversário estabelece como prioridades fazer uma «governação ao serviço do cidadão e da competitividade» e «uma política de atracção de novos habitantes, investidores e emprego». Fazer de Seia «uma cidade de referência em termos ambientais» é outro dos objectivos de Carlos Filipe Camelo.

De resto, por estar ligado ao município desde 1989, primeiro na oposição e depois como vereador de Eduardo Brito e no actual mandato como vice-presidente a tempo inteiro, acredita que tem «obrigação de conhecer o quadro de debilidades e oportunidades» que o concelho dispõe. Já as directas, encara-as de forma «perfeitamente normal», acreditando que o vencedor será o próximo edil «independentemente de quem as ganhar». No que toca ao longo período de Brito na autarquia, Carlos Camelo admite ser um «bocado suspeito» para opinar, mas de um modo «tão desapaixonado quanto possível» considera que Seia e o concelho «mudaram radicalmente para melhor». Assim, «não é fácil substituir-se uma pessoa que tem toda uma vida ligada à autarquia», dizendo estar preparado – tal como o seu «camarada» António Maximino – para desempenhar o cargo. Por outro lado, admite que pode constituir uma «vantagem» ser o actual vice-presidente da autarquia: «Isto é como uma corrida de Fórmula 1. Quem está na “pole position” tem tendência para estar mais perto da vitória», ironiza o também professor, de 48 anos.

Ricardo Cordeiro

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