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Cancioneiro popular

observatório de ornitorrincos

Papagaio doido

Do Apito Doirado

Marca-me esta falta

Ao meu namorado.

Não vejo nada mas marco, marco tudo

Sou rico em grunhos e pobre, pobre em regras.

Mas não me importa pois só por ser Ferreira

Não compram árbitros, jogos, um golo verdadeiro.

(mote)

Enforcou minha Esperança

Mão do Ronny tão matreira

Que não a viu o Ferreira.

(volta)

Foi o Ferreira julgado

Por sentença do Rui Santos

E do verde povo em prantos;

Veio de apito dourado

O árbitro desejado

(Na meia-final matreira)

P’lo presidente Vieira.

Estava mui atacado,

Como princesa bebida,

O Paços, de mui honrado

De golos mui abastado,

De algum major mui querida.

Marcando mui de vagar

Um canto com tal cuidar,

De mão em desassossego,

Pelos olhos do patego

Um golo vi eu marcar.

—-

Ele não tem as vistas limpas

Nem o apito abençoado,

Mas tem amigos sopimpas

Com um telemóvel dourado.

Por: Nuno Amaral Jerónimo

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