Campeões do Desporto Escolar com viagem à Hungria em risco

A fase final disputou-se em Évora, entre 10 e 12 deste mês, tendo os rapazes sido apurados para representar o país nos jogos da FISEC (Federação Internacional do Desporto Escolar Católico), que vão decorrer na Hungria, de 5 a 11 de julho.

O treinador da equipa da Secundária da Sé considera que os seus jogadores são uma «“geração de ouro”», pois a grande maioria dos campeões nacionais do desporto escolar também foram campeões distritais de futebol de onze pelo NDS: «Este ano tive essa felicidade. Sou simultaneamente treinador de juvenis no clube da Guarda-Gare, onde fomos campeões distritais, e a maioria do grupo é este. Foi uma sinergia que funcionou», sustenta José Carvalho. O professor realça que muito do trabalho feito no clube foi aproveitado na escola, pois, apesar de haver «nuances diferentes» entre as duas modalidades, é possível tirar partido de «grandes ideias e princípios de jogo» e fazer «algumas adaptações ao futsal». O responsável refere que mantém um contacto «quase diário» com os jovens, o que «facilita bastante» a evolução do treino, até porque, «normalmente, no desporto escolar só se treina uma vez por semana».

Quanto ao triunfo na fase final, a que chegaram após vencerem a nível distrital e regional, é «um feito difícil de igualar e de repetir», uma vez que «não é todos os dias» que uma equipa da Guarda é campeã nacional. «Para os miúdos é algo que nunca mais esquecem», acredita, considerando que a equipa da Sé fez sensação na prova: «Normalmente, há uma certa desconfiança em relação às equipas da Guarda e conseguimos acabar com esse preconceito e criámos surpresa», afirma José Carvalho. O que ainda não está resolvido é a participação da Secundária da Sé nos Jogos da FISEC, já que «não há respostas concretas» por parte da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, à qual cabe assegurar o financiamento da deslocação à Hungria. O treinador realça que, «por direito, somos os representantes de Portugal nesse campeonato internacional e os miúdos e os encarregados de educação já criaram expetativa de que se vamos participar».

«Para eles, é o continuar de um sonho e, se calhar, uma oportunidade única de participarem numa competição internacional», sublinha o docente, adiantando que «não é a escola que marca as viagens, mas vamos continuar a fazer o nosso papel, que é perguntar em que ponto estamos».Em termos competitivos, o técnico, apesar de desconhecer o valor das outras equipas, acredita que a sua formação é «muito boa e poderá fazer uma participação bem vistosa e uma boa representação de Portugal». Até lá, a preparação continua a ser feita com treinos em que se privilegiam «algumas competências do futsal, mas sobretudo para manter os miúdos motivados e com vontade de participar». Quanto à Afonso de Albuquerque, o título nacional de futsal feminino é o terceiro conquistado pela escola guardense em poucos anos, após triunfos em juvenis masculinos e femininos. O professor e responsável pela formação campeã, que tinha sido finalista no ano passado, adianta que a vitória «não é surpresa nenhuma», pois «entramos quase sempre preparados para ir à final». Por isso, este novo título é o «corolário do bom trabalho» efetuado e as perspetivas futuras são que o liceu continue a colecionar bons resultados, uma vez que «cerca de 30 por cento» das atletas campeãs este ano são iniciadas, recorda Hélder Jerónimo, que em conjunto com Luísa Lourenço são os coordenadores do futsal na Afonso de Albuquerque. O técnico só lamenta que as suas jogadoras não possam competir a nível internacional, como acontece nos rapazes, porque «o futsal feminino ainda não tem muita expressão lá fora» e, em consequência, os jogos da FISEC não contemplam as raparigas.