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Caminhar no Parque Urbano do Rio Diz

Crónica Política

Hábitos novos de vida mais saudável têm ajudado em muito à crescente valorização dos espaços ao ar livre, pois é inegável que há hoje novas formas de relacionamento dos guardenses com o espaço público.

O constante crescimento dos aplicativos para dispositivos móveis que trazem todo o tipo de informação para os usuários de smartphones e permitem monitorizar as caminhadas, como o “Polar Flow” e o “Sports Tracker”, indicam que este espaço público é pelos guardenses o mais utilizado e com regularidade.

Na verdade, diariamente meia centena de pessoas de várias faixas etárias frequentam o parque para caminhar, passear, andar de bicicleta, etc,… tornando-o num espaço público que está associado a uma imagem de urbanidade, por ser um espaço eminentemente social, e também espaço de representação, no qual a sociedade se faz visível. O Parque Urbano do Rio Diz é um espaço participativo em dinâmicas contemporâneas.

O parque é enorme e é muito bonito; no entanto, centenas de árvores que foram plantadas estão secas e mortas, principalmente na zona da vertente virada para a circular, onde poucas sobrevivem e mesmo essas estão raquíticas. Também não admira, aquela zona é bastante descampada e é difícil aguentar o inverno guardense. As restantes vão crescendo, umas mais rapidamente que outras… Quando estiverem crescidas o parque será um sítio ainda melhor, com bastante sombra, coisa que ainda quase não tem. Porém, é muito bonito podermos acompanhar este crescimento, mas não a degradação! Pois é isto que está a acontecer, falta alguma manutenção ao parque, há zonas em que a vegetação rasteira já tem alguma altura, os bebedores não deitam água. É preciso dar o devido cuidado a uma zona com um enorme potencial e que implicou um investimento considerável.

Um espaço público com esta dimensão precisa de tratamento, coisa que a Câmara da Guarda não está a fazer devidamente. A autarquia deverá exequibilizar melhor os aspectos relacionados com a gestão dos espaços públicos, com vista a melhorar a eficiência de gestão económico-financeira e a qualidade de resultados materiais do equipamento enquanto prestação de serviço à população. Para tal, torna-se necessário uma permanente manutenção do Parque no seu todo: Material vegetal (relvados, árvores, arbustos e herbáceas); Equipamento (rega, mobiliário urbano, material lúdico); limpeza do espelho de água bem como do pequeno curso de água, quase “coberto” por vegetação bem como a manutenção dos vários percursos pedestres.

O sucesso deste espaço público enquanto espaço com uma função social decorre de fatores como a qualidade estética, funcionalidade, conforto e segurança, daí a urgência da necessária manutenção.

O que se refere na página de Internet da Câmara sobre o Parque Urbano do rio Diz é que este tem um «…valor estético e urbano que enriquece a cidade da Guarda», mas não como hoje está. Este executivo tem pautado muito a sua atuação por novas estratégias, criem-se para aqui também, aproveitando a função pedagógica e lúdica que estes espaços têm e procurem iniciativas criativas com as associações por forma a promover uma participação coletiva para a devolução estética do parque à cidade.

Com a visível imagem que a cidade hoje exige ao poder central, torna-se necessário dar início ao arranque da Carta Municipal do Espaço Público, pois a disponibilidade deste instrumento de gestão dedicado especificamente a este tipo de equipamentos coletivos permitirá, por um lado, avaliar com satisfatório rigor o nível de serviço à população, em termos quantitativos e qualitativos, por outro proporcionar elementos que permitirão desenvolver um modelo e um sistema de gestão estratégica e economicamente sustentável.

Até porque muito nos orgulhamos que o Presidente da República tenha escolhido a cidade da Guarda para sede das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Excelente iniciativa que partiu do executivo disponibilizando a cidade mais alta como o palco para o país e para o mundo, pois os portugueses estão em todos os cantos, devemos disponibilizar-nos todos também para que este seja um grande sucesso, pois este sim, é um grande sinal para a Guarda.

Por: Cláudia Teixeira

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