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Câmara repudia declarações de Luís Graça

Executivo aprova moção de «indignação» contra eventual encerramento da maternidade da Guarda

O executivo da Câmara da Guarda repudiou, na semana passada, as declarações de Luís Graça sobre o possível encerramento da maternidade do Hospital Sousa Martins e aprovou, por unanimidade, uma moção de «indignação» a enviar ao ministro da Saúde e à Ordem dos Médicos (OM).

«O presidente do Colégio de Ginecologia e Obstetrícia na OM deve abster-se de fazer estes comentários fora dos organismos competentes», disse Joaquim Valente, desconfiando que haja «interesses privados ou particulares» no fecho da maternidade. O presidente apelou à união de todos pela «defesa intransigente» do serviço, tanto mais que o hospital tem «os melhores recursos humanos e técnicos, para além de haver “matéria-prima” [nascimentos]». Nesse sentido, a moção lembra que a maternidade do Sousa Martins presta assistência a uma população de 180 mil habitantes, tem mais médicos da especialidade e «muito mais partos» que as vizinhas. «Em 2004, houve 851 nascimentos, contra 650 na Covilhã e cerca de 400 em Castelo Branco», realça o documento. Por outro lado, é também destacado o facto do Hospital da Guarda estar integrado no Centro Hospitalar da Cova da Beira, a que está ligada uma Faculdade de Medicina, pelo que «também é um hospital universitário». Para os vereadores do PSD, está claro que as declarações do obstetra de Santa Maria «não são inocentes, alguma coisa anda à tona da água», desconfia José Gomes, para quem seria «melhor fazer deslocar os médicos em vez das grávidas». Por sua vez, João Bandurra garante que o racio dos partos exigidos «já não é de 1.500, mas 900, e nisso a Guarda está muito melhor que os restantes».

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