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Câmara reduz apoios às Feiras do Jarmelo e de S. João

E não renova contratos com cerca de 15 trabalhadores da Guarda Cidade Desporto e Culturguarda

Em ano de crise, a Câmara da Guarda aperta os cordões à bolsa e nem algumas das atividades mais emblemáticas vão escapar aos cortes.

É o caso da organização da Feira do Jarmelo, agendada para 3 de junho, que receberá menos 50 por cento dos 5 mil euros atribuídos anualmente, conforme deliberação do executivo na reunião da passada segunda-feira. A autarquia anunciou ainda que vai ponderar a manutenção dos apoios concedidos aos criadores por cada vitelo nascido e inscrito anualmente no Registo Zootécnico. A justificação é que os 98 euros atribuídos se destinavam a impulsionar o ressurgimento das vacas jarmelistas no concelho e como a raça já terá ganho alguma notoriedade, o município vai avaliar a necessidade da sua manutenção no próximo ano. Também a recriação da Feira de S. João viu baixar drasticamente o seu orçamento, passando dos 50 mil euros da primeira edição para os 5 mil concedidos este ano à Culturguarda para organizar o evento. O objetivo é fazer uma “feirinha dos produtos locais” animada com grupos e coletividades do concelho.

Na segunda-feira ficou ainda a saber-se que a Câmara vai dispensar os funcionários das empresas municipais Guarda Cidade Deporto e Culturguarda com contratos de trabalho a termo certo. Segundo Joaquim Valente, serão afetadas cerca de 15 pessoas. Tudo por causa das medidas de contenção da despesa pública. Nesta reunião, os vereadores do PSD solicitaram o plano de pagamentos para os próximos cinco anos que o município está obrigado a enviar para o Ministério das Finanças no âmbito da Lei dos Compromissos. Contudo, o documento só terá seguido para Lisboa anteontem – último dia para o fazer, pelo que será entregue numa próxima reunião de Câmara. «Esta lei vem moralizar a despesa das autarquias e da administração central. Mas receio que signifique a afetação de grande parte das receitas do município da Guarda para o pagamento da dívida existente», disse Rui Quinaz. Por sua vez, Joaquim Valente considerou-a «uma afronta» aos autarcas, considerando que com esta lei «deixa de fazer sentido haver eleições, pois as Câmaras podem ser geridas por um contabilista». Para o edil, a Lei dos Compromissos «está tecnicamente mal feita e não é praticável».

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