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Câmara de Trancoso atribui 30 mil euros mensais à Escola Profissional

Estabelecimento passa por dificuldades financeiras e possibilidade de recorrer a “lay-off” não está excluída. Redução voluntária dos vencimentos de todos os trabalhadores é outra das possibilidades em cima da mesa.

A Câmara de Trancoso decidiu, por unanimidade, na última segunda-feira, atribuir um apoio extraordinário à Escola Profissional da cidade no valor de 180 mil euros, em mensalidades de 30 mil euros. Isto depois de, na semana passada, ter sido divulgado que a instituição ia recorrer à “lay-off”, que implica a redução do horário e do vencimento dos trabalhadores, uma medida que, apesar do apoio da autarquia, não está excluída.

Em comunicado enviado às redações, o presidente do município de Trancoso explica que a Câmara reuniu extraordinariamente com a direção da EPT e a Junta de Freguesia de São Pedro. O objetivo era «articular um programa de apoio» à escola, tendo constatado a «existência de um amplo consenso político sobre a necessidade de encontrar, não só a sustentabilidade financeira da instituição, como a revitalização do seu projeto educativo», daí ter sido deliberado conceder um apoio extraordinário de 180 mil euros. Júlio Sarmento reforça que, assim, a Câmara «manifesta a sua confiança no futuro da EPT e saúda o espírito construtivo como as forças políticas em Trancoso sabem defender o interesse do concelho». A O INTERIOR, o autarca realçou que, ao longo dos anos, a escola «foi sempre acarinhada pelos dois partidos» e que «perante algum constrangimento financeiro, devido a alterações no financiamento», o executivo decidiu «por unanimidade» apoiar a instituição. A primeira tranche de 30 mil euros vai ser paga já este mês de modo a «garantir a sustentabilidade financeira do projeto».

Por seu turno, o presidente do Conselho de Administração da EPT reconhece o apoio mensal «significativo» que a Câmara vai disponibilizar e que muda o «quadro pré-estabelecido», que passava por um regime de “lay-off” para o qual os trabalhadores já tinham começado a ser notificados. No entanto, António Oliveira adverte que o apoio da autarquia «deve ser tomado para liquidar passivo e ganhar músculo do ponto de vista da tesouraria», não podendo ser utilizado para «diminuir o défice». Ou seja, esse dinheiro «viabiliza a prazo», mas «não resolve o problema do défice». De resto, o responsável sustenta que a ajuda do município «não significa que não seja necessário avançar para outras medidas», pelo que a administração está a «manter conversações» com os trabalhadores. Assim, avançar para lay-off «com situações menos gravosas ou a redução voluntária de vencimentos assumida por todos os funcionários» são duas das possibilidades em cima da mesa.

Até porque António Oliveira considera o voto unânime da vereação como «muito positivo» para uma «instituição de referência para o concelho», mas quer que o apoio camarário «seja acompanhado por esforços significativos» de modo a reduzir o défice da instituição.

No entanto, o presidente do CA assegura que tanto o final deste ano letivo, como o início do próximo, têm «naturalmente assegurados» o seu normal funcionamento. O presidente da Junta de São Pedro já afirmou que a possível entrada em “lay-off” da EPT poderá levar a que «deixe de haver interesse dos pais e dos alunos em virem para uma escola que poderá encerrar a qualquer momento». Eduardo Pinto salienta que a escola é «importante» e tem «um impacto significativo no concelho, tanto pelas pessoas que lá trabalham, como pelo movimento que gera na atividade económica».

Ricardo Cordeiro O apoio «viabiliza a prazo», mas «não resolve o problema do défice», avisa António Oliveira

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