A Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo lança no próximo dia 7 de julho uma brochura intitulada “A última viagem” que pretende evocar o primeiro aniversário da morte de José Saramago que esteve no concelho há dois anos. Em simultâneo, a autarquia está a liderar o projeto de uma rota cultural que tem por base o livro do Prémio Nobel da Literatura “A viagem do elefante”.
O autarca de Figueira explica que o lançamento da brochura pretende «manifestar apreço e gratidão pela visita de José Saramago e pelo realce que ele deu às Aldeias Históricas ao simbolizar o seu fim de vida com uma viagem pelo território de Lisboa até Figueira». António Edmundo salienta que “A viagem do elefante” está traduzida em vários países, tanto da Europa, como da América, e que «dá a conhecer o nosso Nobel mas também a nossa região e as nossas Aldeias Históricas». O edil sustenta que na sua visita há dois anos, José Saramago defendeu que as Aldeias Históricas «estavam vivas e que mereciam ser percorridas e visitadas». A brochura, que pretende «traduzir a última viagem de Saramago», vai ser também traduzida em Espanhol e «vai dar a possibilidade de fazer um turismo cultural, lendo a obra e percorrendo e sentindo aquilo que o elefante terá sentido na viagem de Lisboa até à Áustria, passando por este belíssimo território de Figueira de Castelo Rodrigo».
O desafio de criação de uma rota cultural foi lançado em 2009 pelo Prémio Nobel, na Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo, ponto de passagem do percurso que o romancista imaginou para o elefante Salomão – que, em 1551, foi de Lisboa a Viena como oferta do rei D. João III ao seu primo, sem que haja registos da viagem – rumo à fronteira espanhola. Por isso, a iniciativa vai ligar Lisboa a Figueira de Castelo Rodrigo, passando por Constância, Castelo Novo, Fundão, Sabugal, Sortelha e Cidadelhe (Pinhel). Segundo António Edmundo, a rota será para concretizar «ainda este ano» e vai envolver as respetivas autarquias e a Fundação Saramago, estando em preparação «o caderno de encargos para a sinalética e para o que fruir em cada um dos territórios», frisou. O autarca sustenta que «nunca tínhamos tido até agora a oportunidade de ter uma rota de turismo cultural». Trata-se de uma «realidade nova» e «é uma oportunidade de homenagear o Prémio Nobel da Literatura portuguesa e o que ele fez pelas Aldeias Históricas ao dá-las a conhecer no seu romance» com a sua «mestria», realça.
Ricardo Cordeiro 
