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Câmara da Guarda sonda agentes económicos

Contributos vão estar na base de um plano estratégico de desenvolvimento do município

A Câmara da Guarda quer identificar as linhas estratégicas do desenvolvimento do município e iniciou, na semana passada, uma ronda de conversações com os vários sectores de actividade. Os empresários foram os primeiros convidados, tendo respondido à chamada 15 industriais, responsáveis por cerca de 80 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) produzido na Guarda.

«É importante sabermos ouvir para podermos agir», adiantou Joaquim Valente, que espera que os contributos obtidos nestas reuniões sejam decisivos para a elaboração de um plano estratégico de desenvolvimento. «O objectivo é analisar com os agentes económicos, os verdadeiros actores da cidade, quais são os problemas e para onde queremos caminhar, de forma a criar atractividade e o investimento importante e necessário para que possamos todos viver melhor na Guarda e que a cidade seja uma referência», acrescentou. O presidente da Câmara disse terem sido identificados «vários caminhos», mas não os quis divulgar, embora tenha admitido que destas reuniões sairá «seguramente um grupo de trabalho importante para a região». Nesse sentido, no próximo ano e meio, o autarca vai encontrar-se com os comerciantes, os representantes dos serviços desconcentrados do Estado, as associações e os operadores turísticos. Álvaro Estêvão, secretário-geral da Associação Empresarial da Região da Guarda (Nerga), um dos participantes neste primeiro encontro, referiu aos jornalistas ter salientado a importância da captação de investimentos, a «urgência» da concretização da PLIE e a necessidade da autarquia apoiar as empresas que laboram no concelho. «Já o parque industrial necessita de algumas obras de qualificação», afirmou.

Por sua vez, Paulo Romão, empresário têxtil, considerou a reunião um «grande sinal» da Câmara: «Significa que quer partilhar opiniões e que não somos todos donos de verdades absolutas, mas trabalhamos no mesmo território. Por outro lado, a autarquia sabe que, sozinha, terá naturalmente muitas dificuldades em afirmar-se neste território», sustentou. No entanto, espera que a informação gerada «não fique na gaveta», como aconteceu aquando da feitura do Plano Estratégico, e permita estabelecer modelos «do que queremos para a Guarda e qual é o desenvolvimento estratégico pretendido. «De uma autarquia um empresário espera ter condições básicas e competitivas para se instalar, o problema é que estamos numa zona do país onde há uma inércia, que vem do passado, em face da qual as coisas não acontecem», acrescentou Paulo Romão, lembrando que os empresários com algum sucesso na Guarda fizeram «as coisas acontecer e não estiveram à espera que acontecessem».

Luis Martins

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