Arquivo

Câmara da Guarda recorre ao PAEL

Joaquim valente anunciou que município vai pedir mais de 20 milhões de euros no âmbito do Programa de Apoio à Economia Local

A Câmara da Guarda vai recorrer ao Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), anunciado na semana passada pelo Governo. Segundo Joaquim Valente, o município irá solicitar «mais de 20 milhões de euros» à tutela, no âmbito da linha de crédito disponibilizada para o pagamento das dívidas de curto prazo das autarquias aos fornecedores. A amortização será feita ao longo de 14 anos.

«Vamos desenvolver o processo com toda a celeridade porque o problema já foi identificado há muitos meses atrás», disse aos jornalistas no final da reunião do executivo da última sexta-feira. O assunto tinha sido abordado por Rui Quinaz, para quem a Câmara da Guarda tem «um problema financeiro estrutural» que não consegue resolver. «Nos últimos anos, as receitas foram sempre inferiores às despesas. Em 2011 registou-se uma exploração negativa de 13 milhões de euros, o que, mais cedo ou mais tarde, vai implicar um plano de saneamento sério e com medidas difíceis», considerou o social-democrata. O vereador também quis saber se a autarquia tem «algum mecanismo de reação» para salvaguardar o investimento feito no pavilhão do parque municipal para acolher o “call center” da Adecco, que está inativo conforme noticiou O INTERIOR na última edição. «É mais uma aposta da autarquia que é dificilmente justificável e é um fiasco», criticou.

Na resposta, Joaquim Valente declarou que «o investimento está feito e ficará disponível para outra empresa assim que esta saia». De resto, revelou que vai reunir com a Adecco a propósito das rendas, tendo-se escusado a referir quantas já foram pagas. Por sua vez, Vítor Santos pediu a palavra para referir que a Adecco «não vai retirar equipamento e está a negociar com três empresas para retomar a atividade a curto prazo na Guarda». Nesta reunião soube-se ainda que a dívida consolidada do grupo Câmara Municipal – autarquia e empresas municipais – baixou seis milhões de euros em 2011. Neste universo, a edilidade era, de longe, a que mais devia com 42,1 milhões de euros a curto, médio e longo prazo. Os SMAS vêm a seguir com 6,8 milhões, à frente da Culturguarda (2,9 milhões) e da Guarda Cidade Desporto (758 mil euros).

Em destaque esteve também a decisão final sobre a proposta de regulamento dos horários de bares e discotecas. Estava em causa o fecho antecipado em uma hora para estes estabelecimento, mas a autarquia decidiu manter os horários atuais – 3 da manhã para bares e 5 para discotecas. «É de bom senso, porque a sua redução podia por em causa a sustentabilidade económica desses estabelecimentos», justificou o vereador Virgílio Bento. O também vice-presidente anunciou ainda que a Direção Regional de Educação do Centro aceitou a proposta de adiar a criação de dois mega-agrupamentos na Guarda. «O modelo de gestão das escolas mantém-se no próximo ano letivo, só haverá mudanças no seguinte devendo a Câmara e os diretores de escolas apresentar um estudo sobre a reorganização da rede escolar e dos transportes», acrescentou. A decisão agradou à social-democrata Ana Fonseca, para quem esta mudança será fácil dado haver «um pré-entendimento sobre as fusões» de escolas.

Luis Martins Dívida consolidada do grupo Câmara Municipal diminuiu seis milhões de euros no ano passado

Câmara da Guarda recorre ao PAEL

Sobre o autor

Leave a Reply